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Por Anita Pompeu para revista Joyce Pascowitch deste mês

Candida Tabet é mulher de fala mansa e afetação zero. A arquiteta discorre sobre a própria morada com a mesma simplicidade com que fala da vida e de todo o resto. É o tipo – raro – de entrevistado que não pede declarações em off – a não ser que seja algo que possa soar como ostentação. Foi na maior franqueza, por exemplo, que lembrou de quando arrematou o apartamento em que vive desde 1994 ao lado do marido, Maroun, e das duas filhas, Olivia e Camilla. “Quando compramos este imóvel, não tínhamos recursos para fazer muita reforma. Então, foquei todas as minhas energias nos objetos de decoração e design, pois sabia que viveríamos muitos anos aqui, e queria que tivesse a minha digital”, conta.

Desse contexto surgiram inúmeras peças que hoje contribuem para o DNA da casa. Caso dos móveis desenhados por ela – desde as pias e os sofás até as várias coffee tables, arandelas de pergaminhos e a mesa sinuosa da sala, o xodó do local. É em torno dela que o clã se reúne duas vezes ao dia, no café da manhã e no jantar.

É que a família gosta mesmo é de estar junto… e faz de tudo para que isso aconteça com a maior frequência possível. Quinzenalmente, Candida e o marido recebem familiares – mais de 20 pessoas – para fazer duas das coisas que mais gostam: comer e beber bem! Nessas ocasiões, Candida assume as caçarolas e a montagem da mesa, e Maroun fica responsável pela trilha sonora e seleção dos vinhos: “Ele é o sommelier e o deejay das festas. Adoramos, por exemplo, Ernesto Lecuona e música clássica”. No menu dos encontros estão principalmente especialidades árabes. Olivia lembra que o assunto gastronomia é levado tão a sério pela mãe que ela e a irmã já fizeram cursos de culinária no Líbano, país de origem da família paterna.

Fato é que o jeito despretensioso de Candida faz com que os Picasso, Dalí, Portinari e Di Cavalcanti pendurados nas paredes não pareçam tão importantes assim. Não fosse a curiosidade da reportagem talvez nenhum nome tivesse sido citado espontaneamente pela dona da casa, que tem ainda em sua coleção particular assinaturas de Burle Marx, Tarsila do Amaral, Vik Muniz, Guignard e uma turma jovem, como Flavio Samelo e Gustavo Eandi – representados pela galeria Logo, onde Olivia trabalha. Todos arrematados levando em consideração dois critérios fundamentais para Candida: “a boa oportunidade e a ‘febre’”. “Para que eu compre, é necessário que o objeto cause uma febre em mim! Ele precisa me deixar nervosa!”, brinca, com seu falar baixo, tranquilo e sereno. Eminentemente chic.

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