Por Alexandre Makhlouf para revista PODER
Seja salto, tambor ou adestramento, o mundo equestre é destino certo de gente de fino trato. Na revista PODER deste mês, depoimentos de quem gosta de cavalos e monta por prazer. E como segurança e estilo não podem faltar, produtos top para tornar a experiência ainda melhor.
– Daniella Lunardelli, sócia da 2be Comunicação Boutique
PAIXÃO ANTIGA
Eu ainda nem andava, quando era criança, mas não podia ver um cavalo e já queria montar. Nós já éramos sócios da Hípica Paulista na época e eu pedi tanto para minha mãe que, aos 7 anos, ela finalmente me matriculou nas aulas de hi-pismo. É uma paixão, mal consigo explicar. Atualmente, continuo sócia da Hípica Paulista. É meu clube do coração. Tenho um cavalo chamado Webalius SHB.
SÓ POR ESPORTE
Eu acho que os profissionais desse esporte têm outra dedicação e nível técnico. São pessoas que de fato buscam o mais alto rendimento. Isso sempre foi o meu esporte, porque a minha vida toda eu segui por outros caminhos. Normalmente, as pessoas que levam como esporte acabam indo para a categoria dos amadores, e isso de forma alguma é depreciativo – é, inclusive, o nome de uma categoria oficial da confederação e quer dizer apenas que a pessoa não é profissional. Não chega a ser exatamente um hobby, porque existe um compromisso com o esporte, os campeonatos e os calendários da confederação. Tem um circuito que a gente costuma fazer. Sempre digo que o hipismo é mais que meu hobby: é o meu esporte mesmo.
ROTINA DE TREINOS
O nível técnico amador exige treinos regulares, ou seja, eu monto praticamente todos os dias. O cavalo também é um atleta. Então, existe um trabalho em conjunto do cavaleiro e do animal, e ele acaba sendo diário. Como sou amadora, tenho um técnico, uma família que eu admiro demais (tive aula com o pai dele e hoje faço aula com ele). Todos eles são referência nacional.
AGENDA
Participo de concursos, que é como chamamos as etapas dos campeonatos, praticamente todo mês. Os aficionados como eu se programam pelo calendário da Confederação Brasileira de Hipismo. O próximo de que vou participar é o Campeonato Brasileiro de Amador, que vai ser dentro do hotel Zagaia, em Bonito. Também vou montar no Campeonato Nacional de Hipismo, que acontece no Rio.
FAVORITO
O concurso de que eu mais gosto de participar é a Copa Hermès. Ela tem, disparado, a melhor organização e qualidade. Outro diferencial é o nível técnico dos cavaleiros. É um concurso de alto nível em todos os sentidos.
MOMENTO DE LAZER
Quando viajo, não faço passeios a cavalo! Também preciso de férias e de tempo para me dedicar ao meu marido (risos). Temos vários acordos em casa para não deixar que a nossa vida fique em torno do hipismo. É uma paixão, mas também é cansativo ter o contato diário, preocupar-se com o cavalo, administrar a equipe etc.
CINTO DE UTILIDADES
Para saltar, o que não pode faltar é um capacete, que deve ser de altíssima qualidade. O meu se chama John Whitaker, que foi um dos melhores cavaleiros do mundo. Também é indispensável uma sela de primeira linha. Eu salto com uma sela Butet, que era meu sonho de consumo.
– José Victor Oliva, presidente da Holding Clube
DESDE PEQUENO
No passado, eu montava, mas tive de parar por causa de um acidente. Hoje, como meus filhos também praticam hipismo desde pequenos, eu os acompanho nos concursos. Os dois são campeões brasileiros. Também sou criador de cavalos lusitanos. Então, estou sempre perto desses
animais.
LAZER E NEGÓCIOS
Meu haras é meu lugar favorito. É onde arrumamos tudo para fazer a criação, onde meus filhos treinam e onde faço meus leilões. Enfim… é lá que tudo acontece. Comecei a criação há 25 anos e fiz um último leilão no mês passado. Costumo fazê-los de 2 em 2 anos. O próximo já está programado para 2015.
TODA HORA
Quando viajo, sempre procuro fazer passeios que incluam cavalos. Meus filhos
agora vão treinar na Alemanha com o coach deles, chamado Norbert van Laak. É uma rotina pesada de treinos que vai durar o ano todo. Eu, claro, acompanho. A gente também tem cavalos em Portugal. Por isso, costumamos ir bastante para lá.
ARMADURA
Meus filhos montam apenas com selas Piqué e botas alemãs importadas de cromo feitas para cavaleiros profissionais. Acho que esses são os maiores diferencais. Claro que capacete e outros equipamentos de segurança também são muito importantes.
– Fabrizio Fasano Jr., fotógrafo
PAI CORUJA
Pratico hipismo desde pequeno e já fui vice-campeão brasileiro de máster, campeão e vice paulista no salto. Hoje em dia, não participo mais de competições, monto só por prazer. Mas, infelizmente, falta tempo. Meus filhos estão superenvolvidos com tênis e um deles com certeza quer ser profissional, e isso faz com que meus fins de semana sejam dedicados a acompanhá-los. Se fosse me dedicar também às competições de hipismo, não sobraria tempo para descansar
DE BERÇO
Sou apaixonado por cavalos desde que nasci. Quando era menor, fazia laço, aquela parte mais caubói, mesmo. Quem me introduziu no salto foi o José Roberto Fernandez, mais conhecido como Alfinete, que foi um grande cavaleiro. Em 1995, por causa das mudanças de regras do enduro – e também porque nunca fui muito competitivo – acabei parando.
POR AMOR
Já fui sócio da Hípica Paulista, mas hoje sou dono de uma propriedade em Sorocaba onde tenho meus cavalos. Tenho alguns potros e éguas de cria, mas não me considero um criador. Um profissional desse tipo coloca, em um leilão anual, cerca de 30 animais. Eu tenho poucos só pelo prazer de ter e vê-los crescer.
REFÚGIO
Meu lugar favorito para montar é na minha propriedade. Eu salto na hora que quero, não tenho compromisso com horário ou burocracias de vestimentas. Mas tanto a Hípica Paulista quanto o Clube Hípico de Santo Amaro são absurdamente bem equipados e bem localizados.
QUESTÃO DE PRIORIDADE
Hoje, não procuro passeios a cavalo quando vou viajar. Já fiz mais isso, principalmente na época do enduro. Quando foi lançada a Quinta da Baroneza, o Alfinete organizou um passeio a cavalo que foi lindo de morrer. Mas tudo isso hoje significa não acompanhar meus filhos nos campeonatos, e disso eu não abro mão. Nas raras vezes em que eles não estão jogando, prefiro ir para o haras descansar.
PROTAGONISTA
A experiência me diz que o acessório mais importante de uma boa montaria é o cavalo. O resto é supérfluo. A forma como o cavalo reage aos seus comandos transforma qualquer sela em aceitável, porque é impressionante a diferença que faz montar um bom cavalo e um cavalo ruim – ou seja, animais muito novos, pouco treinados, que ainda precisam aprender muito. Ainda mais no caso de amadores, como eu, que nem sempre dão comandos 100% precisos. Mas é claro que uma bela sela faz toda a diferença. Tenho duas que adoro: uma da marca Doda e uma Stübben, marca tradicional alemã.
– Julia Bordon, estudante
PEDRAS NO CAMINHO
Comecei a saltar com 14 anos e, hoje, com 24, já não salto mais. Tudo isso porque, logo que comprei um cavalo novo para pular barreiras maiores, ele se machucou e teve de ficar mais de um ano parado, em tratamento. Isso me desanimou um pouco. Ele está comigo até hoje e eu continuo montando no Haras Larissa. Apesar de estar parada, deixar de montar não está nos meus planos, porque andar a cavalo é a maior terapia que existe para mim. Tenho paixão por esses animais e pelo esporte que acompanha.
HERANÇA
Meu avô criava cavalos de corrida.Então, desde pequenininha, quando eu já podia montar no meu pônei, eu montava. Fiz enduro, salto, adestramento, um pouco de tudo dentro das modalidades que existem. Até tambor cheguei a fazer. Pretendo continuar montando até ficar bem velhinha.
SÓ POR DIVERSÃO
Quando você entra em um clube, existe uma pressão para você competir. Afinal, quase toda semana tem algum tipo de prova. Todo mundo quer evoluir e pular barreiras mais altas sempre. Por conta do acidente com o meu cavalo, essa etapa não rolou para mim. Já competi várias vezes, ga-nhei vários títulos na Hípica Paulista, onde era sócia, e fui vice-campeã brasileira no começo dos anos 2000. Mas, para mim, gostoso mesmo é montar por hobby, sem compromisso com a competição. Se fosse para me profissionalizar, eu já deveria ter tomado esse rumo. Hoje, estou fora dessa rotina de treinos diários, de entrar em sintonia com o cavalo e tudo mais.
PARAÍSOS
Sempre procuro passeios a cavalo quando vou viajar. Se tiver, estou dentro! (risos). O lugar mais bonito em que já montei foi em Ilhabela, litoral de São Paulo, onde fiz uma trilha de oito horas, entrei no mar com os cavalos… Foi uma experiência única e incrível. A próxima que pretendo fazer é pelo deserto do Atacama.
NA MEDIDA
É muito difícil escolher sela. Eu já fiz balé. Então, posso dizer que é como escolher uma sapatilha de ponta: precisa encaixar e ficar confortável. Sou a favor de experimentar. Hoje em dia, a bota também é essencial para fazer o par perfeito com a sela. E tem de ser de couro – plástico e borracha simplesmente não exis-tem nesse universo.