Aos 89 anos de idade, Hubert de Givenchy acaba de ganhar um documentário que explora sua vida e relevância para a moda. “Hubert de Givenchy: A Life in Haute Couture” será exibido pela primeira vez nesta sexta-feira, no FashionInstitute of Technology (FIT), em Nova York. Depois, será apresentado nos festivais de cinema de Montreal, no Canadá, e Melbourne, na Austrália.
No filme, que tem menos de uma hora de duração, o diretor Eric Pellerin, aborda assuntos íntimos da vida do estilista, como o fato de ter perdido seu pai aos 2 anos de idade, ou como quando pegou um trem com alguns de seus desenhos e bateu na porta do atelier de Cristóbal Balenciaga. Entre as boas curiosidades reveladas, está o fato de Christian Dior não guardar rancor de Givenchy e de terem se tornado amigos mesmo depois de Givenchy ter recusado uma oferta de emprego de Dior, com a intenção de abrir sua própria maison com apenas 24 anos de idade, em 1952.
Entres as aspas do estilista no filme, estão memórias sobre a profissão: “Quando você é um designer, o que importa é estar ciente das coisas. Tudo deve levar a uma ideia, uma linha a seguir, um movimento”. E, depois de homenagear Yves Saint Laurent como o “último líder” da moda, segue com uma forte opinião sobre o mercado atual: “Nós falamos mais do que nunca sobre luxo. Há muitos e muitos vestidos mas não há direção. Bolsas com correntes, sapatos praticamente não usáveis… Se isso é luxo, vai passar”.
Quanto a Audrey Hepburn, sua grande musa, o estilista lembra que tentou desencorajá-la quando ela o abordou em busca de looks para usar em “Sabrina”, de 1954. Foi ele o primeiro costureiro a ter uma atriz famosa como Hepburn no comercial de um de seus perfumes.
Mesmo aos 89 anos, Givenchy permanece na ativa preparando exposições, desenhando, publicando livros e espalhando sua paixão por móveis dos séculos 18 e 16 e cultura. Com a ajuda da Princesa Minnie de Beauvau-Craon, seu próximo projeto será uma exposição no Château d’Haroué dedicada ao Rei King Stanislas Leszczynski, Duque de Lorraine e Rei da Polônia.“Ainda há muita felicidade e muito a descobrir, então estou esperando.” Hubert de Givenchy.