Apesar de se tratar basicamente da aposentadoria de um homem que completará 96 anos em pouco mais de um mês, a notícia sobre a saída da vida pública do príncipe Philip a partir de setembro, anunciada na manhã desta quinta-feira pelo Palácio de Buckingham, está sendo tratada como assunto de estado pela imprensa do Reino Unido, e rendeu até gafe: mais cedo, o “The Sun” chegou a publicar uma matéria na qual não somente afirmava que o marido da rainha Elizabeth II havia morrido como também detalhava os últimos momentos dele – “morreu dormindo, tal como George VI”, afirmou o tabloide, que em seguida retirou o texto do ar.
A confusão começou por volta das 6h de Londres (2h da manhã em Brasília), quando emissários de Buckingham convocaram uma reunião para às 8h, fato raríssimo que geralmente precede o anúncio de más notícias sobre os membros da família real e que, em tempos de “fake news”, é prato cheio para especulações nas redes sociais.
Os próprios funcionários da residência oficial se viram obrigados a esclarecer as coisas, sobretudo porque a suposta morte do consorte mais famoso da história britânica já causava impacto até no setor financeiro, com a libra esterlina ensaiando uma perda de valor, e informaram alguns membros da imprensa que Philip, assim como a rainha, estão muito bem de saúde, e que o assunto a ser discutido no encontro seria outro.
Depois de tudo resolvido, o príncipe voltou a ser lembrado como o fanfarrão de sempre, ele próprio autor de várias gafes memoráveis, como a vez em que pediu para que lhe servissem cerveja durante um jantar com vinicultores em Roma ou quando sugeriu para a direção de um hospital no Caribe que lidava com uma infestação de insetos que seus problemas eram maiores. “Vocês têm mosquitos, eu tenho a imprensa”, ele argumentou na ocasião. (Por Anderson Antunes)