Joyce Pascowitch bateu um papo com uma expert em empreendedorismo nesta sexta-feira. Ana Fontes é graduada em Publicidade e Propaganda pela Anhembi Morumbi, pós-graduada em Marketing na ESPM e em Relações Internacionais pela USP. Fundadora da Rede Mulher Empreendedora – e do Instituto RME -, pesquisadora de gênero e especialista em empreendedorismo feminino.
Na conversa, a empresária falou como a Rede Mulher Empreendedora começou: ‘No Brasil temos um histórico de que quase metade dos pequenos negócios são tocados e liderados por mulheres, e essas pequenas empresas que geram muitos empregos. Tenho muito orgulho de ter fundado a Rede há 11 anos, como um movimento para mulheres que assim como eu, estavam empreendendo. Fui selecionada para um curso concorrido, éramos apenas 35 em mais de mil inscrições. Isso me deixou muito triste, pensei nas outras mulheres. Passei a compartilhar o que aprendia com outras mulheres. Naquela época não se falava muito em mulheres e empreendedorismo. Em 12 meses tinha 100 mil mulheres acompanhando este blog. elas mandavam dúvidas, pediam informação. Com o tempo deixou de ser um movimento e passou a ser um negócio social que ajudava mulheres.”
Ana também falou sobre o incentivo na hora de empreender: “Mete a mão na massa, se joga, arrisca. A maioria das pessoas não tem reserva financeira para começar um negócio, eu também não tinha, pedia ajuda para as pessoas. No começo da Rede, eu também fazia consultoria de marketing para poder pagar as contas, tinha um espaço de coworking e comecei a criar eventos para juntar empreendedores em geral, não só mulheres. Precisava olhar para várias possibilidades. Esse é o espirito quando se vai abrir um negocio, nem tudo é perfeito. Não dou as dicas para desmotivar, mas quero que se motivem e se joguem com consciência, não é fácil mas é super possível.”
Ela ressaltou ainda a importância da independência financeira para as mulheres empreendedoras: “Ajudamos muito as mulheres em conteúdo, capacitação, mentoria, mas precisamos que todas as pessoas ajudem. Quando elas são ajudadas, vemos a mudança de realidade, não só das mulheres vulneráveis, mas todas elas. Quando uma mulher tem o dinheiro e gera a própria independência, isso muda o jogo. Temos milhares de casos em que a mulher consegue sair de uma situação de violência porque está com o dinheiro dela e se não quiser ficar em uma relação abusiva, não depende do companheiro (…) Aprendi coisas muito importantes, que mulher ajuda mulher, é colaborativa, tem uma visão humana, estão o tempo inteiro pensando nas outras pessoas, criam coisas maravilhosas. A gente dá luz para essas mulheres.” Para conferir o papo na íntegra, dá play: