Amora Mautner comenta dança das cadeiras na Globo – e muito mais! À entrevista

Amora Mautner está de volta ao horário nobre. Vai dirigir “Dias Felizes”, próxima trama das nove, escrita por Walcyr Carrasco, que vem acumulando sucessos de um jeito que acabou “furando a fila”. A gente explica: ele – que saiu do ar em maio com “O Outro Lado do Paraíso” – teve sua nova novela antecipada, colocada para passar na frente da obra de Manuela Dias, “Troia”, originalmente escalada como sucessora de “O Sétimo Guardião”. Nessa dança das cadeiras, se desfez a dupla de megahits como “Verdades Secretas” e “Amor à Vida”: Walcyr + Mauro Mendonça Filho na direção.

Amora falou sobre essa situação de peito aberto, e ainda contou pra gente que gostaria de um dia voltar a trabalhar com João Emanuel Carneiro, seu par na inesquecível “Avenida Brasil” e na não tão aclamada “A Regra do Jogo”. A diretora também confirmou alguns nomes no elenco de “Dias Felizes”. E mais: tudo indica que Sergio Guizé, sua ex Nathalia Dill e sua atual, Bianca Bin, vão estar juntos na novela. Amora nos disse se esse tipo de “triângulo” é problemático.

Por fim, ela comentou ainda sobre “Assédio”, soco no estômago em forma de série lançada apenas para assinantes no GloboPlay, que mostra a história e os crimes do ex-médico Roger Abdelmassih, especialista em reprodução humana. “Quis fazer um estupro de terror, algo que não pudesse cativar nenhuma mente estranha que assistisse”, comentou, sobre a cena em que Antonio Calloni, na pele do protagonista, ataca a personagem de Adriana Esteves dopada. Vem ler! (por Michelle Licory)

Lei do retorno

Amora, depois de parcerias importantes com João Emanuel e com a dupla Thelma Guedes e Duca Rachid, foi escolhida para dirigir a próxima novela das nove, “Dias Felizes”, de Walcyr Carrasco, substituindo Mauro Mendonça Filho. Sobre essa nova tendência da Globo de “rodízio” de parcerias autor/ direção, ela disse: “Estou muito feliz. A primeira novela que dirigi foi ‘O Cravo e a Rosa’, do Walcyr, e já amava trabalhar com o texto dele. Depois da estreia, o Avancini [diretor-geral da trama] me deu o núcleo principal, Catarina e Petruchio, Adriana Esteves e Du Moscovis. Foi o maior presente da minha vida… a Adriana. Eu pensava: ‘Gente, que gênia’. Walcyr tem um autoralidade que gosto, um texto que dá chance para o diretor aparecer”.

“Quando a parceria é com um astro, quem não voltaria?”

Sobre o colega… “O Maurinho é um excelente diretor. ‘Verdades Secretas’ é uma maravilha. Mas esse rodízio é muito saudável. Já tive parcerias trocadas e depois você volta a trabalhar com aquela pessoa… Quando a parceria é com um astro, quem não voltaria? Tenho certeza que vou trabalhar de novo com Thelma e Duca. Como tudo na vida, parceria vai e volta”.

“João Emanuel eu admiro muito, e é uma pessoa bastante querida”

Já estava combinado que Amora faria a novela de Thelma e Duca sobre refugiados, para o horário das seis, Glamurama chegou a conversar com ela sobre o assunto, mas a emissora decidiu transferi-la para “Sem Limite”, uma supersérie de Euclydes Marinho que acabou sendo cancelada. E a diretora no fim das contas assumiu a faixa das nove novamente, depois de “Avenida Brasil” e “A Regra do Jogo”. Sincronicidade da vida? “Tenho pensado muito nisso. Quando a gente tenta controlar um pouco menos as coisas, tudo fica mais fácil. Estar no controle de tudo é uma ilusão. Já tem uns três anos que estou mais ligada no acaso. Ele reina.. Estou muito feliz assim, e mais relaxada. A gente vai envelhecendo, e junto com as rugas, que não são boas, vem a maturidade. Deixo a vida me levar. Mas claro que a gente tem escolhas. Eu já queria ter voltado a trabalhar com o Walcyr. O João Emanuel eu admiro muito o trabalho dele, e é uma pessoa bastante querida. Gostaria de um dia voltar a trabalhar com ele. Rodízio é normal e estou mais aberta para a sincronicidade, sim”.

“Todo mundo se namora. Se fosse assim…”

Tem muita especulação por ai… Mas quem Amora pode confirmar na escalação de “Dias Felizes”? “Paolla Oliveira, Juliana Paes e Reynaldo Gianecchini”. Foi divulgado que Sergio Guizé, a ex dele Nathalia Dill e a atual, Bianca Bin, que os três estarão juntos na trama. Na hora de montar um elenco, a vida pessoal dos atores é ou não levada em conta? “Eu não penso nisso. Todos esses três são muito profissionais, não tocaram nesse assunto e o trabalho vem em primeiro lugar. A gente pensa principalmente na adequação do ator ao personagem. A prioridade é a novela. Acredito que não haja nenhum problema para eles. Todo mundo se namora. Se fosse assim… Eu mesma não posso trabalhar com meu ex-marido, Marcos Palmeira? Isso é mais folclore que realidade. Somos todos profissionais e trabalhamos para uma empresa. Conto com o pragmatismo da interpretação de grandes atores. Esse tipo de coisa não permeia minha escalação, nem a do Walcyr. Nenhum deles apresentou problemas, estão muito acima disso”. Mas a gente escuta falar de ator que não quis contracenar com ex… “Já passei por situações assim, sim, mas acho sempre uma coisa estranha. A não ser que tenha acontecido um problema mais grave entre os dois…”

“Pensei… ‘Gente, ninguém viu!'”

Sobre “Assédio”, ela contou: “É uma emoção de estreia muito diferente. Foi para o ar – na plataforma de streaming – e pensei… ‘Gente, ninguém viu!’ Mas claro que viu, as pessoas foram vendo aos poucos. A série vai passar também na Globo, sim, na hora que eles decidirem. Não sei quando, mas haverá essa segunda janela. Adorei essa experiência. Hoje em dia, para qualquer audiovisual importa menos a janela que o conteúdo. Isso é o mais rico dessa situação. Não ser, a princípio, um projeto para a TV aberta fez toda diferença no conceito, mas no final vai passar na Globo igual. Claro que pode ter uma edição diferente, mas no fundo é a mesma coisa”.

“Tinha que ser muito ruim pra todo mundo”

Sobre a cena de estupro protagonizada por Adriana Esteves – parte do primeiro capítulo, exibido como cortesia na Globo, “chamando” o público para “pagar pra ver” o resto por streaming… “Quis fazer um estupro de terror, algo que não pudesse cativar nenhuma mente estranha que assistisse. O ponto de vista do estuprador pode ser uma coisa estimulante para alguns, infelizmente. Por isso quis que a cena fosse pelo ponto de vista dela. Tinha que ser muito ruim pra todo mundo, não ter nenhum tipo de sabor. As pessoas são tão loucas e não podemos erotizar o estupro”.

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