Alice Braga está carregando nos braços uma tatuagem tribal com pigmento temporário – mas que a marcou pra valer. O desenho já está bem apagado. A experiência que ela viveu com o povo indígena munduruku, pelo contrário, virou bandeira para a atriz. “Fui convidada pelo Greenpeace para visitar a tribo, na região do rio Tapajós, no Pará. Fiquei uma semana, voltei sexta-feira. Estão querendo construir uma barragem de hidrelétrica que vai destruir todo o ecossistema de lá e inundar uma área do tamanho da cidade de Nova York. Conversei com o povo, conheci a realidade deles. Agora a tatuagem já está um pouco apagada, mas foi de certa forma um manifesto para as pessoas se conscientizarem. Não podemos ter um novo Belo Monte. Foi um grande erro no nosso país, como a transposição do rio São Francisco, um erro que não pode se repetir. Acabaria com os mundurukus, que são 12 mil pessoas. Estamos discutindo direitos humanos. Essa terra tem que ser demarcada. Fora a destruição ambiental. Temos que lutar contra. Não é uma opção”. (Por Michelle Licory)