Por Denise Meira do Amaral
Multifacetado, Alberto Renault é o típico retrato do homem da atualidade. Passando pela TV, teatro, literatura, moda e música, o carioca e diretor dos programas “Casa Brasileira” e “Arte Brasileira”, do GNT, conversou com Glamurama e revelou o que a gente já imaginava: a casa diz tudo sobre nós. “Gosto de ver a vida que a casa contém. Isso pode ser verificado nos quadros, nos objetos e nas escolhas artísticas e literárias que estão nas paredes. Se eu olhar três ou quatro estantes, vou saber quem você é.” Leia mais!
Você já escreveu livros, roteiros, dirigiu óperas, programas de TV, desfiles de moda e peças de teatro. O que leva de cada uma dessas experiências? “Vamos por partes. Pelo fato de eu dirigir óperas, acabo ganhando noção de musicalidade. Então, quando edito televisão, acabo pensando em música. Quando gravo pra TV, principalmente arquitetura, penso em cenário, pelo fato de ter experiência nos palcos. Já quando estou no palco, penso em edição, na rapidez e na montagem da imagem, por já ter passado pela TV. Enquanto linguagem, todas as plataformas de trabalho alimentam as outras. Tudo contribui entre si.”
Em sua quarta temporada, o “Casa Brasileira” é um sucesso. O que mais chama atenção quando você entra em uma casa? “Depende muito da casa, mas gosto muito de olhar além da estética e da beleza. Gosto de ver a vida que a casa contém. Isso pode ser verificado nos quadros, nos objetos, nas escolhas artísticas e literárias que estão nas paredes, nos livros que foram manuseados, nos que não foram, nas flores, nos objetos que estão na mesa, nos tecidos que estão nas cortinas, nas escolhas das formas. Através de tudo isso você percebe quem é a pessoa que vive aquela vida naquele lugar. Se eu olhar três ou quatro estantes, vou saber quem você é. A casa conta a vida da pessoa e a vida me chama muito atenção.”
E o contrário? Você acha que a casa pode influenciar na personalidade de alguém? Podemos começar pela casa para a mudança vir depois, na pessoa? “Com certeza, o ambiente influencia enormemente a vida das pessoas. Uma pessoa que vive em uma casa sem janelas não tem a mesma vida de uma pessoa que tem horizonte para morar. Viver bem, com conforto, privacidade, circulação de ar, muitas janelas, poder caminhar, tudo isso faz parte da saúde da casa.
Como é a sua casa? “Eu moro há mais de 15 anos na mesma casa [um apartamento em Ipanema]. Minha casa é mais vazia do que cheia, tem muitos livros, muito espaço para andar, tenho muitas janelas, gosto de ter para onde olhar. Minha casa quase não tem paredes. Engraçado que gosto de quadros, mas não gosto de paredes. Tenho um quarto, dois banheiros, um closet e o resto fica tudo junto, em um só ambiente.”
Tem alguma área que você gostaria de se aventurar mais não tem coragem? “Na verdade o que eu gostaria de fazer que não faço é descansar. Queria fazer uma grande viagem, somente a passeio. Queria passar por Cingapura, Coreia, Malásia e Islândia. Nunca tenho tempo.”
Tem algum grande sonho que ainda planeja realizar? “Não tenho, sabia? Pode parecer pretensão, mas não tenho grandes sonhos. Tenho pequenos sonhos, como terminar meu armário da cozinha, tirar férias, fazer a quinta temporada do ‘Casa Brasileira’ e que ela me deixe tão feliz quanto as outras.”