Uma das vozes mais icônicas da música popular brasileira, Alaíde Costa foi destaque em um artigo do “New York Times” por sua parceria com o compositor, pianista e cantor carioca, Jonnhy Alf, considerado o homem negro que ajudou a Bossa Nova a nascer com a gravação da música ‘Rapaz de Bem’, nos anos 1950. Segundo o artigo, “sua música atraiu os ouvidos mais vanguardistas dos pianistas do bairro de Copacabana, no Rio, onde se apresentou regularmente no início dos anos 1950”. Após 10 anos da morte do artista, ele deixou como legado mais de 80 canções, algumas delas gravadas com gigantes como Caetano Veloso e Chico Buarque.
Mesmo com sua grande construção musical, Johnny Alf não é conhecido como um dos pioneiros e sua história raramente é citada quando o assunto é a Bossa Nova. O texto cita que Alaíde era a cantora preferida dele e, em entrevista, a cantora falou sobre o racismo dentro do gênero musical, e que essa situação na bossa nova sempre foi velada, a ponto de os negros nem perceberem a discriminação que sofriam: “Quando o movimento começou, eu já era profissional e costumava ser convidada para as reuniões porque podia ajudar o movimento de alguma forma. Mas quando a Bossa Nova explodiu, senti que minha presença não era mais necessária”, disse a cantora.
Em tempo: Alaíde também se rendeu à era das lives e prepara uma apresentação online cantando Johnny Alf no Instagram do museu Afro Brasil nesta quinta-feira, às 19h.