Adolfo Leirner lança na próxima semana sua terceira exposição de fotografias, “Crueldades Impessoais”, na Galeria FASS, em São Paulo. A mostra reúne 15 imagens de animais mortos capturadas por Adolfo durante suas viagens pelo mundo, principalmente pelo Oriente. Engenheiro e médico de formação, esse paulistano de família de artistas – filho da escultora Felícia e do curador e colecionador Isai Leirner, que foi diretor do Museu de Arte Moderna de SP, e irmão dos artistas plásticos Nelson e Giselda Leirner – adianta que não faltarão adjetivos como chocante, bizarro e trágico para quem visitar o espaço. O motivo Adolfo conta ao Glamurama.
– A exposição “Crueldades Impessoais” é bem chocante… “Fotografo situações que me chamam a atenção. Nesta exposição, mostro animais que são expostos de maneira desumana… Jamais mexo no que fotografo, e sempre que possível separo o objeto fotografado do fundo. Dessa forma, as situações corriqueiras, que as pessoas normalmente não percebem, ganham destaque”
– E qual o significado dessa mostra para você? “O nome já diz tudo: ‘Crueldades Impessoais’. Não é dirigido a ninguém, não é uma denúncia ao gênero humano. Mas é algo como: ‘olha como nós somos’. Não estou mostrando que somos péssimos, demônios, divinos… Isso cada um vai interpretar do seu jeito”
– Por onde passou para encontrar essas situações? “Passei por Londres, Florença, Laos, Tóquio, Marrocos… Viajo bastante e é nessas viagens que fotografo. Gosto de ficar garimpando pelo mundo. Tenho centenas de fotografias, de religião, monges… Um dia junto algumas e faço algo…”
– De todos esses lugares, qual mais te impressionou com o seu olhar para a fotografia? “Sob esse ponto de vista, o mais cruel é a China. Você vê em alguns mercados populares sacos de gatinhos, um cachorro aberto, uma tartaruga morta… De longe, o Oriente é para mim o lugar mais fotogênico, por ser uma cultura completamente diferente. A cultura budista é muito bonita, colorida. A Índia é um lugar muito bom de se fotografar, por isso dizem ‘the colors of India'”
– Vai levar a exposição para fora do País? “Estamos tentando ir para Londres, estou negociando com uma galeria perto do Tate. A Embaixada Brasileira abriu uma galeria há pouco tempo por lá. Talvez consiga algo com eles”.