George R.R. Martin é, inegavelmente, um dos maiores nomes do showbiz na atualidade. E pra quem não ligou o nome à pessoa, basta dizer que se trata do criador do fenômeno “Game of Thrones”, a série literária que foi adaptada pela “HBO” para a telinha e que na forma televisiva “quebra” a internet há pelo menos duas semanas, quando estreou sua oitava e última temporada, com episódios inéditos exibidos para uma audiência global estimada em 200 milhões de telespectadores aos domingos.
Apesar de todo esse sucesso – e dos US$ 15 milhões (R$ 59,1 milhões) que embolsa anualmente em royalties da rede americana de televisão -, Martin continua levando uma vida pacata em Santa Fé, uma cidade com pouco mais de 83 mil habitantes no estado do Novo México, sudoeste dos Estados Unidos e bem longe de Hollywood. Lá o escritor de 70 anos vive em uma casa que não é exatamente uma mansão, e sempre que precisa fazer suas voltas sai dirigindo um simplório Mazda com anos de estrada.
Casado há oito anos com Parris McBride, com quem já dividia o mesmo teto pelo menos desde 1980, a mente que imaginou os Setes Reinos da ficção passa a maior parte do tempo focada em trabalho. Avesso a lugares com muita gente, Martin prefere comer no conforto de seu lar mesmo, e vive pedindo comida pelo telefone – um tradicional bife americano ou qualquer prato mexicano são as delícias favoritas dele, que também bebe muita Coca-Cola e não sobrevive sem café.
Sem estrelismos, o gênio das tramas de época certa vez escreveu em um blog que mantém no site “Livejournal” que gosta de ser abordado por fãs, e ama sobretudo quando um admirador lhe convida para tomar um drink. Desnecessário dizer que ele anda sem seguranças, mesmo apesar de ser o criador de uma “quase” religião, tal qual o Jedaísmo surgido da trilogia “Guerra nas Estrelas” que conta com mais de 180 mil praticantes mundo afora, todos convictos e em alguns casos até radicais.
Na contramão de tudo isso, os números atrelados a Martin deixam qualquer um de queixo caído. Ele já vendeu mais de 85 milhões de livros e fatura outros US$ 10 milhões (R$ 39,4 milhões) por ano no mundo literário. Dono de uma fortuna estimada em US$ 80 milhões (R$ 315 milhões), ele assina cheques generosos para ONGs e pretende deixar o suficiente para que seus herdeiros fiquem bem, mas sem luxos.
Com o fim de “GoT” em meados desse mês – a despedida da atração será no próximo dia 19 – Martin vai deixar pra trás o trabalho que o consagrou e que lhe rendeu um lugar na lista das 100 pessoas mais influentes do mundo da revista “Time”. Ainda assim, a aposentadoria não está em seus planos, e no momento ele tenta terminar um romance que está escrevendo há anos e que, segundo o que já revelou, poderá ser sua próxima grande obra, como se a maior dele até hoje não valesse por mil. (Por Anderson Antunes)