Fundado em 1900, o ateliê italiano GDE Bertoni não é exatamente conhecido por todo mundo, apesar de produzir um dos objetos mais famosos e cobiçados do planeta: a Taça FIFA. Escolhido pela entidade máxima do futebol em 1971 com a tarefa de criar algo que substituísse à altura o Troféu Jules Rimet, que o Brasil ganhou definitivamente na Copa do Mundo de 1970 (e depois foi roubado na sede da CBF na Rua da Alfândega, no Rio de Janeiro, em 1983), se tornou referência quando o assunto são premiações em grandes competições esportivas.
Apenas doze funcionários dão expediente na sede do ateliê em Paderno Dugnano, uma comuna na região de Lombardia, na província de Milão, com 45 mil habitantes. De quatro em quatro anos, eles recebem a companhia de um batalhão de seguranças enviados pela FIFA, já que precisam limpar a taça com produtos especiais a fim de que ela seja entregue como se fosse nova para seus futuros guardiões – quem ganha uma Copa a carrega somente até a próxima, quando precisa devolvê-la e recebe em troca uma réplica feita pelo próprio GDE Bertoni.
O local de trabalho deles lembra até as concentrações em que os jogadores campeões mundiais se recolhem antes de partidas importantes, e entrevistas, é claro, são terminantemente proibidas. Além do Troféu FIFA, o GDE Bertoni também faz as taças que são entregues na Copa UEFA e na final da Liga dos Campeões. A empresa não divulga dados financeiros, mas sabe-se que seu faturamento está na casa dos milhões de euros, afinal apenas seu produto carro-chefe custa mais de US$ 20 milhões (R$ 75,4 milhões) para ser feito. É o preço pela exclusividade de discretamente criar algo tão desejado por alguns dos maiores nomes do esporte global. (Por Anderson Antunes)
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Quer fotos fotos do pessoal da GDE Bertoni limpando a Taça FIFA? É só clicar na seta da galeria aí embaixo…