Por Bela Megale, na revista PODER de julho
Quando o garotão ruim de papo e músculos de sobra, Adauto, de “Avenida Brasil”, entra em cena atropelando a língua portuguesa, é difícil imaginar que seu intérprete, o ator gaúcho Juliano Cazarré, cresceu lendo clássicos como Tosltói, Tchekov e Hemingway. E mais: que na casa da família, em Brasília, a TV era desligada depois do “boa- noite!” do apresentador do “Jornal Nacional”. Assistir à novela das 9 só se tornou um hábito quando o filho do escritor e assessor parlamentar Lourenço Cazarré estreou no horário nobre da Globo. “Minha mãe fica na sala vendo ‘Avenida Brasil’ e meu pai no quarto, assistindo a um noticiário francês ou ao campeonato de sumô. Quando tem cena minha, ela avisa. Ele vê e, depois, volta para o seu programa”, conta.
Com um pai vencedor do Jabuti, um dos mais respeitados prêmios do Brasil no campo da literatura, Cazzaré, que em breve também vai lançar um livro de poesias, acredita mais do poder do cérebro do que dos músculos. “Sex appeal desperta interesse, mas as mulheres querem mesmo é se casar com um cara inteligente com uma carreira promissora, que saiba conversar. No longo prazo, preferem o cérebro ao corpo”, disse o ator, entre um clique e outro para ensaio da revista PODER de julho, fotografado por André Schiliró, com styling de Felipe e Ricardo Bruno.