1. Não existe nenhuma dúvida que a educação exerce um papel fundamental na aceleração do desenvolvimento econômico dos países. É grave erro, entretanto, considerá-la apenas como um fato econômico. Foi a acumulação do conhecimento transmitido pela educação oral e depois pela formal, que deu humanidade ao animal que pretensiosamente chamou-se a si mesmo de “homo sapiens”.
2. No Brasil estamos mais atrasados do que deveríamos no processo de educação tanto no seio das famílias – infelizmente pela paternidade irresponsável, ela mesma produto da falta de educação anterior – como nas escolas pela falta de preparo dos professores e pelo comportamento irresponsável de alguns de seus administradores. A educação tem um efeito cumulativo: mais educação produz ainda mais educação.
3. Em matéria de educação o Brasil se assemelha a um arquipélago: um conjunto de ilhas de “excelência” cercada por um mar de ensino de qualidade deplorável. Mas temos avançado no aspecto quantitativo. A tabela abaixo mostra o resultado. Ela revela a percentagem (em 2008) de indivíduos sob regime escolar de todos os tipos, em relação à população etária correspondente:
de 6 a 12 anos ……………………. 98%
de 13 a 17 anos ………………….. 90%
de 18 a 23 anos ………………….. 34%
Fica evidente que ainda falta um bom passo quantitativo com relação ao ensino superior. Aqui o número esconde a preferência dos alunos pelo ensino das ciências humanas em detrimento das ciências físicas e naturais.
4. A melhoria da qualidade do ensino começou com o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) criado em 1998 com o objetivo de avaliar o conhecimento dos alunos da 3ª série do ensino médio. Prosseguiu com o IDEB (Índice do Desenvolvimento da Educação básica), criado em 2007, que avalia a qualidade das escolas públicas urbanas na 4ª e 8ª séries do ensino fundamental.
5. Os resultados dos dois processos de avaliação de 2009 recentemente divulgados, mostra algum avanço mas a qualidade continua a deixar muito a desejar. De qualquer forma, o fato do ENEM nominar o ranking das escolas deve estimular os professores, administradores e familiares dos alunos pior avaliados a promoverem um enfrentamento das suas responsabilidades perante seus alunos, seus filhos, e a sociedade brasileira.