O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara vai entrar com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) na quinta-feira para questionar a decisão do vice-presidente da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), que anulou a votação do processo de cassação do presidente da instituição, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O clima entre os integrantes do colegiado é de desânimo com as manobras de Cunha. “Está muito difícil conseguir fazer esse processo caminhar aqui”, desabafou um membro do Conselho.
Em dezembro o Conselho de Ética havia aprovado por 11 a 9 votos a admissibilidade do processo, o que significa um aval para iniciar a análise de mérito sobre a perda de mandato do presidente da Câmara. Cunha e seus aliados, entre eles Maranhão, têm agido para protelar ao máximo as votações do Conselho de Ética. Com a última decisão da Mesa Diretora da Câmara, assinada por Maranhão, a votação foi anulada. A direção da Câmara entendeu que o Conselho de Ética feriu o regimento ao não permitir o pedido de vista (suspensão da votação) quando houve troca do relator do processo de Cunha.
No mandado de segurança, o presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA), pretende questionar a isenção de Waldir Maranhão para tomar qualquer decisão referente ao caso Cunha. Vai argumentar que Maranhão é do mesmo bloco parlamentar que Eduardo Cunha. Este foi o mesmo argumento utilizado por Cunha para tirar o primeiro relator do processo no Conselho de Ética, Fausto Pinato (PRB-SP). (Por Malu Delgado)