Nesta terça e quarta-feira acontecem os testes coletivos de pneus da Pirelli, em Silverstone, na Inglaterra. A ideia é que as equipes testem os protótipos dos pneus que serão utilizados a partir de 2024. E o feedback dos pilotos é essencial para o desenvolvimento dessa e de outras inovações.
Nesta terça, participaram as equipes Williams, Red Bull e Haas. No segundo dia de testes, o brasileiro Pietro Fittipaldi, piloto reserva da equipe, foi o único a guiar o VF-23. Com um currículo extenso, ele sempre ajudou a equipe com seus feedbacks.
Quem esteve a bordo da Red Bull RB19 foi o australiano Daniel Ricciardo. Ele foi anunciado como o mais novo piloto da equipe AlphaTauri na F1, substituindo Nyck de Vries. Por ser um piloto experiente, que já possui uma relação de anos com a família RBR, se tornou o piloto de testes da equipe e foi escalado para testar os pneus em diversas situações, inclusive sem o cobertor de pneus, que é um assunto delicado na categoria.
Essa sessão de testes em julho tem relação direta com o tema, já que a Pirelli pretende comprovar a eficiência dos pneus sem a utilização dos cobertores. A ideia é justamente aposentar esse artifício na categoria, mas o assunto ainda causa certa polêmica entre as equipes.
A par da situação, a fornecedora de pneus oficial da categoria já trabalha na criação de novos compostos, que não necessitarão ser pré-aquecidos minutos antes de seguir para a pista. Se trata de um consenso na categoria: a Pirelli terá pouco tempo para convencer as equipes, e haverá uma votação para tomar a decisão final. O cobertor de pneus fica ou sai?
Por que o interesse em banir os cobertores de pneus?
A própria categoria pretende reduzir o consumo de energia e de emissão de carbono, adotando uma postura mais ecológica. Em um acordo com as equipes, foi decidido que em 2022 a temperatura máxima dos aquecedores de pneus não passaria de 70 graus célsius, tanto para os pneus dianteiros quanto para os traseiros. Lembrando que em 2020 a temperatura era acima dos 100 graus célsius.
A iniciativa tem gerado burburinho, já que os pilotos têm se mostrado bem preocupados em relação ao número de voltas que eles terão que obrigatoriamente percorrer na pista, para poder atingir a temperatura ideal e necessária para que aquela borracha aqueça o suficiente.
Normalmente, quando os pilotos saem com os pneus frios, eles acabam perdendo tempo e rendimento. Isso obviamente influencia a performance dentro da pista. Por exemplo, quando um piloto que acabou de sair dos boxes, de uma troca de pneus, volta para a pista em uma corrida, ele não terá o mesmo rendimento de um piloto que vem logo atrás com os pneus já quentes o suficiente. São necessárias algumas voltas para que o pneu novo chegue na temperatura correta e permita um rendimento digno de pneus novos.
Momento delicado
Junto com a ideia de banir o cobertor de pneus, surge a possibilidade de a fabricante italiana deixar a F1. Essa ideia surgiu quando a marca japonesa de pneus Bridgestone demonstrou interesse em estar na categoria e fornecer seus compostos em 2025, já que o contrato da F1 com a Pirelli se encerra em 2024.