Os vibradores estão com tudo! Em alta nos últimos dois anos, eles agora viraram estrelas de uma pesquisa científica. Um estudo feito pelo Cedar-Sinai Medical Center, nos Estados Unidos, afirma que médicos deveriam prescrever o uso regular de vibradores para suas pacientes mulheres. Em artigo publicado recentemente na revista The Journal of Urology, a equipe concluiu que a prática comprovadamente traz benefícios médicos, como melhora na saúde do assoalho pélvico – conjunto de músculos e tecidos fibrosos, em formato de bacia, que sustentam órgãos como vagina, útero, bexiga, reto e intestino -, redução da dor vulvar e outras melhorias na saúde.
Diversas pesquisas já haviam indicado os impactos positivos da masturbação feminina frequente, na saúde física e mental. Para confirmar os benefícios, os pesquisadores americanos revisaram bancos de dados de estudos sobre o assunto. Em sua análise, a equipe também encontrou casos em que uso regular de vibradores levou à melhorias na incontinência urinária.
A fisioterapeuta Laura Della Negra, especialista em assoalho pélvico, que acumula mais de 81 mil seguidores em sua conta de instagram @assoalhopelvico, acredita que, para além de um brinquedo sexual, o vibrador é sim, um grande aliado na saúde feminina, principalmente na fisioterapia pélvica.
“O que é realmente importante é criar a consciência do assoalho pélvico. Entender que ele precisa ser suficientemente bom para dar prazer, conseguir segurar nossas necessidades fisiológicas, e que não exista dor na relação sexual. E o que o vibrador faz é justamente trazer mais consciência desta região. A vibração leva a uma melhor percepção da musculatura e da melhora da sensibilidade, isso faz com que a mulher se conheça melhor, melhorando assim o prazer”, explica a médica.
A equipe liderada pela pesquisadora Alexandra Dubinskaya, constatou que usar o vibrador durante a masturbação reduz o tempo que uma mulher leva para atingir o orgasmo e também ajuda a alcançar orgasmos múltiplos, o que contribui para a redução do estresse e melhora na saúde sexual geral, segundo informações de outros estudos. Diante disso, eles sugerem que é hora de especialistas em medicina pélvica feminina, cirurgia reconstrutiva e até mesmo médicos em geral começarem a prescrever vibradores para suas pacientes.
Indicação com a qual Laura concorda plenamente, já que há anos tem prescrito o brinquedo sexual para suas pacientes, por entender os benefícios gerados pelo acessório. “Existem três tipos de estímulos que são benéficos para o assoalho pélvico: vibração, temperatura e pressão. O ideal seria que tivéssemos um vibrador que ficasse quente e frio, porque aí conseguiríamos dar todas essas sensações. Isso é importante porque deixa o assoalho pélvico mais sensível às sensações e, assim, fica mais fácil ter mais prazer e mais consciência dessa musculatura”, aponta a especialista, ressaltando que a pesquisa é mais do que importante para a área justamente por abrir a discussão sobre o assunto e tirar um pouco o tabu sobre isso.