Retorno de Gisele Bündchen à Victoria’s Secret pode ter sido tiro no pé

Gisele Bündchen

Alguns especialistas acreditam que a supermodelo pode ter causado um dano à própria imagem em razão do trabalho

Desde sua ascensão como a top model mais icônica de sua geração, Gisele Bündchen sempre foi sinônimo de elegância, força e autenticidade. A musa, que já desfilou para as grifes mais renomadas e estrelou campanhas publicitárias de impacto global, tomou a decisão surpreendente de retornar à Victoria’s Secret, marca com a qual alcançou grande parte de seu estrelato nos anos 2000.

O cenário da moda, entretanto, mudou drasticamente desde então. A era das supermodelos deu lugar a um movimento mais inclusivo, que busca representar corpos, gêneros e etnias em sua diversidade. Nesse contexto, a decisão de Gisele de retornar à marca que é frequentemente criticada por sua falta de diversidade e padrões de beleza restritos pode ser questionável.

Especialistas em imagem e branding acreditam que, ao associar-se novamente com a Victoria’s Secret, Gisele pode ter negligenciado sua própria evolução como figura pública e ativista ambiental. A supermodelo, que anteriormente se desvinculou da marca citando, entre outras, também razões alinhadas com uma perspectiva feminista, agora corre o risco de parecer incoerente em suas escolhas.

O que fica mais evidente é que a Victoria’s Secret vê em Gisele um poderoso trunfo mercadológico, capaz de impulsioná-la em tempos de transformações na indústria da moda. O que é está em jogo é saber se a marca consegue dar a volta por cima dado suas polêmicas de bastidores dos últimos anos. Embora o debate sobre os impactos na imagem da supermodelo persista, o revival da parceria demonstra a relevância indelével de Gisele no cenário global, solidificando sua posição não apenas como ícone da moda, mas também como uma astuta empresária.

Dito disso, em uma era onde consumidores valorizam autenticidade e compromisso com causas sociais, a aliança com uma marca que ainda luta para se adaptar aos novos tempos pode não ter sido a melhor jogada para Gisele. O público das classes mais altas, em particular, tem mostrado um crescente interesse por marcas e personalidades que demonstram responsabilidade social e ética.

Contudo, também é importante reconhecer a trajetória singular de Gisele no mundo da moda e seu poder de influência. Talvez essa parceria seja uma chance para a top trazer mudanças significativas à Victoria’s Secret, promovendo uma verdadeira revolução na marca. Só o tempo dirá se este retorno foi, de fato, um passo em falso ou uma jogada estratégica de mestre.

O que é inegável é que, independentemente das opiniões, Gisele continua sendo um nome que gera impacto e conversas em todos os cantos do universo fashion. E, para as aficionadas por moda e tendências, isso é mais um capítulo fascinante na carreira desta supermodelo que sempre soube como se reinventar. Sem falar, claro, que o mundo da moda, repleto de nuances e estratégias, mais uma vez é lembrado de que, por trás dos holofotes, há decisões calculadas e jogadas de mestre.

A decisão de Gisele de “revisitar o passado” com a Victoria’s Secret pode ter sido motivada por diversas razões, mas um fator é inegável: o poder do cheque. O cachê de US$ 2,5 milhões (R$ 12,2 milhões) que a marca desembolsou demonstra não só o reconhecimento do valor intrínseco que a supermodelo carrega, mas também o retorno potencial em termos de ‘brand value’. Gisele, ao longo de sua carreira, sempre agregou uma aura de exclusividade e sofisticação às marcas que representa. Este investimento, portanto, reflete a confiança da grife na capacidade da brasileira de elevar sua imagem e relevância em um mercado tão competitivo. Se ela vai dar conta do recado ou não é outra história.

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