O mundo está em situação de alerta. Novos relatórios divulgados pelo observatório europeu Copernicus constataram que julho foi o mês mais quente registrado na história da Terra e fez com que o planeta “entrasse em ebulição”. Os cientistas alertam que a humanidade como um todo precisa tomar atitudes plausíveis para reduzir as emissões que provocam o aquecimento do planeta.
Segundo a ciência comportamental, por mais que os governos e as empresas são obrigados a fazer a maior parte do trabalho, é da consciência das pessoas comuns adotar comportamento mais ecológico no dia a dia com pequenos hábitos, como reduzir o consumo de energia e água, optar por meios de transporte que emitam menos gases tóxicos e evitar desperdício.
Uma nova pesquisa publicada no Proceedings of the National Academy of Sciences USA reuniu cerca de 430 estudos individuais que examinaram comportamentos relacionados ao meio ambiente e analisaram suas mudanças por meio de intervenções, incluindo incentivos financeiros e campanhas educativas. Entre os resultados é possível identificar que os incentivos financeiros e a pressão social funcionaram mais na mudança de comportamentos do que a educação.
Magnus Bergquist, psicólogo da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, afirmou ao “Scientific American” que, por mais que a educação possa ser necessária para conscientizar o público sobre um problema, ela não é totalmente eficaz. “Apenas saber o que é certo, saudável ou ecologicamente correto não é um modelo suficiente para mudar comportamentos”.
No entanto, a nova pesquisa descobriu que a pressão social teve efeito mais decisivo na mudança comportamental das pessoas no geral. Para Susan Joy Hassol, que trabalha com Comunicação Climática, “as pessoas julgam seu próprio comportamento em relação ao que os outros estão fazendo. Há uma forte tendência para se conformar às normas sociais e este contágio social é a razão pela qual é tão importante falar sobre as ações climáticas que você toma”.
O comportamento com maior probabilidade de mudança é o ato de reciclar o lixo, além da economia de energia e água. Já o transporte, de acordo com o estudo, é o menos provável de ser alterado. Os pesquisadores ainda afirmam que diferentes intervenções podem ser combinadas para avançarmos na mudança comportamental, especialmente porque podem motivar grupos diferentes.