O sempre polêmico e, por vezes, pérfido, Martin Shkreli se deu muito mal nessa quinta-feira (25). Cofundador e, agora, também ex-CEO da Turing Pharmaceuticals, o empresário de 39 anos foi demitido pelo conselho de administração da fabricante de remédios caros em uma “revolta ativista”, que no mundo dos negócios quer dizer que acionistas minoritários se uniram para fazer algo que os majoritários não aprovam.
Shkreli é dono de 44% do capital social da Turing, e os 56% restantes estão como sócios minoritários detentores de participações pulverizadas – ou seja, sozinhos eles não conseguem ir muito longe. Mas, juntos sim, como no caso da decisão de demitir Shkreli de sua própria empresa.
Conhecido nos Estados Unidos como “o homem mais odiado do país”, Shkreli carrega a fama de vilão desde 2015, quando adquiriu o direito exclusivo para a fabricação do
importantíssimo remédio Daraprim, usado em tratamentos antirretrovirais de pessoas soropositivas que não podem deixar de tomá-lo, e em seguida aumentou o preço da medicação de US$ 17,50 (R$ 89) para US$ 750 (R$ 3,8 mil).
Tempos depois, no fim de 2015, Shkreli foi preso em uma operação do FBI à la “Lava Jato” sob a acusação de fraude contra o sistema financeiro do EUA, em razão de compras e vendas de ações fora do padrão. Condenado por esses crimes a passar sete anos atrás das grades e pagar uma multa de US$ 72 milhões (R$ 366,5 milhões_ pelos prejuízos que causou, ele cumpre prisão domiciliar desde maio, quando o liberaram por bom comportamento.