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Paulo Freire
Reprodução/Instituto Paulo Freire

Primeiramente gostaria de iniciar essa coluna agradecendo a todos os professores e educadores. A nossa profissão – comemorada neste mês de outubro – é essencial para o desenvolvimento da civilização e, para além do social, para formar indivíduos para a vida. Por isso, dedico essa coluna ao nosso maior ícone da pedagogia brasileira, além de aproveitar para esclarecer algumas fake news que espalham por aí sobre o método de Paulo Freire.

Mas, quem foi Paulo Freire? Dentro da perspectiva acadêmica, sem dúvida um dos maiores filósofos da educação da história, pois sua abordagem nos leva a racionalizar e humanizar as relações entre educador e educando, com inspirações que refletem na vida de quem está sendo educado, e principalmente a quem está educando. Inclusive, o método de Paulo Freire, por mais que seja voltado à pedagogia, ele pode (e deveria) ser estendido às demais instituições de ensino não formais como, por exemplo, as igrejas ou terreiros, já que o trabalho de educar deve seguir o princípio de ser libertador.

E agora, como fazer com que a educação seja libertadora? Dentro de casa ou na escola lembre-se sempre: “Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor”.

Reprodução/Pexels

Perceba, quando tratamos com autoritarismo e abusamos da posição de “poder” (que já pressupõe dominação), a pessoa educada dessa forma vai reproduzir o modelo aprendido. Um exemplo? O professor que tem uma postura antiética durante a aula expondo a dúvida do aluno como “ridícula” para a sala, que grita mandando calar a boca, que ironiza quem não consegue acompanhar o ritmo e práticas afins esses comportamentos se enraízam no aluno, que nesse primeiro momento está no papel de oprimido e aprendendo o método de opressão. Uma vez que essa pessoa chega ao mercado de trabalho e consegue um posto de liderança, ele irá conduzir seu trabalho nos moldes como foi educado, ou seja, com opressão, e isso se torna um ciclo vicioso na sociedade entre oprimido e opressor.

Daí é que surge a necessidade de não formamos indivíduos opressores, mas verdadeiramente livres, que consigam construir uma forma autônoma nas relações e aprendizados. Quando valorizamos as vivências e peculiaridades de cada aluno e o colocamos como protagonista da matéria, o efeito é libertador.

O mais intrigante é que as fake news tentam colocar a pedagogia de Paulo Freire como tóxica, ineficiente e até mesmo doutrinaria, sendo que a metodologia do professor é justamente o oposto de tudo isso: não doutrinar e nem fazer o estudante como experimento, mas respeitá-lo em sua singularidade e pensar abordagens do conteúdo de forma libertadora.

(*Audino Vilão, filósofo, cursa História na universidade e é youtuber – no insta @audinovilao e no Youtube)

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