Educar é libertar

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Primeiramente, gostaria de iniciar essa coluna agradecendo a todos os professores! Parabéns a todos educadores! A nossa profissão é essencial para o desenvolvimento da civilização e, para além do social, formar indivíduos para a própria vida. Por isso, decidi dedicar esse texto ao nosso maior ícone da pedagogia brasileira e aproveitar para esclarecer algumas coisas que espalham (fake news) acerca do método de Paulo Freire.

Quem foi Paulo Freire? Dentro de uma perspectiva acadêmica, ele foi sem dúvidas um dos maiores filósofos sobre aprendizado da história. Sua abordagem nos leva a racionalizar e humanizar as relações de educador e educando, com inspirações que refletem tanto para quem está sendo educado, mas, principalmente, remete a quem está educando. Inclusive, o método de Paulo Freire – por mais que seja voltado à pedagogia – pode (e deveria) ser estendido às demais instituições de ensino não formais, como por exemplo as igrejas ou terreiros. O trabalho de educar deve seguir um princípio: ser LIBERTADOR.

Como fazer com que a educação seja libertadora? Dentro de casa ou na escola, sempre se lembre “Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor”. Veja, quando tratamos com autoritarismo e abusamos da posição de “poder” (que já pressupõe dominação), colocamos a pessoa a ser ensinada no lugar de oprimido – que aprende o método de opressão e assim que tiver a oportunidade de estar no lugar do opressor vai reproduzir como lhe foi ensinado.

Um exemplo? Pense no professor que, infelizmente, acaba sendo antiético, expondo a dúvida do aluno como algo ridículo para a sala, que berra e manda os alunos calarem a boca. Ironiza aqueles que não conseguem acompanhar o ritmo e práticas afins. São coisas que se enraízam no aluno, nesse primeiro momento, no papel de oprimido e aprendendo (mesmo que a matéria lecionada) o método de opressão. Uma vez que esse aluno se forma e se insere no mercado de trabalho, e consegue o posto de alguma liderança, ele irá conduzir seu trabalho aos moldes de como foi educado. Ou seja, ele será uma pessoa que vai replicar esse método de opressão com os demais. Não necessariamente humilhando, mas isso se torna um ciclo vicioso na sociedade.

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Daí que surge a necessidade de formamos não opressores, mas indivíduos verdadeiramente  livres, que consigam construir junto com os demais uma forma libertadora de relações humanas e de aprendizado. Quando valorizamos a cultura que o aluno traz consigo (suas vivências e peculiaridades) e o colocamos como protagonista da matéria, temos o efeito libertador. A abordagem do professor de construir, junto ao aluno, a matéria e não empurrando goela a baixo o conteúdo.

O mais intrigante é que se tem espalhado pela internet diversas fake news que a pedagogia de Paulo Freire é tóxica, ineficiente e até mesmo doutrinaria (algum delírio socialista?), sendo que a metodologia de Paulo Freire é justamente o oposto de tudo isso. Não é doutrinar o aluno nem o fazer como experimento, mas respeita-lo em sua singularidade e pensar abordagens do conteúdo de forma libertadora!

Feliz dia, semana e mês dos professores!

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