Por aqui, a sexta-feira já está na metade, e neste fim de semana as mulheres assumem o protagonismo. A brasileira Lia Paris fará um show no domingo, a moda francesa exalta o empoderamento feminino, e uma estudante está empenhada na preservação do patrimônio histórico francês.
Domingo legal
Neste domingo, Lia Paris se apresentará no Sagra em Paris, uma festa itinerante que ocorre em locais únicos e surpreendentes. Será sua última apresentação em Paris antes de retornar ao Brasil para uma intensa agenda, incluindo shows em eventos privados, a gravação de um novo videoclipe e um show no Blue Note SP em 15 de junho. No Sagra, Lia apresentará seu pop tropical autoral, trazendo novidades de suas recentes produções em um formato DJ set com seu marido, o produtor e DJ P.A. Alain. A festa, organizada pelo produtor e DJ Shimon, vai do meio-dia à meia-noite, com uma programação cheia de atrações internacionais. A cantora sobe ao palco às 16h e a entrada é gratuita.
Moda de resistência
A era atual apresenta uma contradição: enquanto a imodéstia se alastra pelo Instagram, o erotismo é quase banido das telas. Não se trata do estilo sexy americano, com nádegas remodeladas por procedimentos como o BBL ou influenciadores que parecem lolitas em roupas íntimas. A referência é à voluptuosidade da mulher francesa, como imaginada nos anos 1970 e 1980, com divas futuristas de Mugler, heroínas com boinas de Chantal Thomass, dominatrixes de Montana, corpos esculpidos em jaquetas de cintura apertada e saias com fendas, equilibradas em saltos agulha. O auge desse estilo ocorreu em 1985, quando o couro dominou as passarelas, como observou Janie Samet do Le Figaro, ao afirmar que o couro se tornou a maneira mais moderna de vestir, expressando erotismo sem se despir. A onda minimalista dos anos 1990 superou essa estética, mas, quarenta anos depois, ela ressurge. A exposição de fotografias de Helmut Newton na Fundação Marta Ortega Pérez mostra que seu legado ainda persiste.
Em boas mãos
O Instituto do Patrimônio Nacional oferece treinamento para futuros restauradores e curadores do patrimônio do Estado, do serviço público territorial e da cidade de Paris como conta a matéria da Le Figaro Magazine deste final de semana. Domitille, uma estudante de 24 anos, trabalha na restauração da capela da igreja da Virgem de Saint-Sulpice. No centro desse local parisiense, cuja construção remonta a 1646, ela se sente à vontade nos andaimes que chegam a 22 metros de altura. Aplicada e focada, ela realiza movimentos precisos com seus pincéis e esponjas para restaurar o esplendor da cúpula decorada por François Lemoyne (1688-1737), que não passava por uma grande restauração desde 1946. Em breve, ela utilizará seus pincéis para fazer vários retoques na abóbada ainda suja, seguindo o exemplo de seus colegas mais experientes, que trabalham ao seu lado.