Quando se fala em “Joias da Coroa”, o que provavelmente vem à mente de todo mundo são aquelas guardadas há mais de seis séculos na Torre de Londres, avaliadas em mais de US$ 4 bilhões (R$ 20 bilhões) e usadas de vez em quando pelas mulheres mais famosas da família real do Reino Unido. Mas na Itália, que já foi uma monarquia, o tema “bling real” virou assunto de estado, em razão de os herdeiros de Umberto II, o última rei do país, estarem brigando com o governo de lá na justiça para recuperar as Joias da Coroa Italiana, que acreditam serem suas por direito e não do país presidido atualmente por Sergio Mattarella.
O imbróglio começou em meados do ano passado, quando os descendentes de Umberto II pediram em carta a Mattarella que o tesouro estimado em US$ 342 milhões (R$ 1,7 bilhão) fosse devolvido, mas sem sucesso. Diante da negativa, eles – que são membros da Casa de Savoia – decidiram processar tanto o governo italiano quando o Banco da Itália, onde os brilhantes são mantidos há 75 anos em um local bem protegido.
O caso tem poucas chances de ter o final que os ex-royals italianos esperam, inclusive porque sua ação foi aberta por procuradores, uma vez que eles foram proibidos de pisar em solo italiano depois do país europeu abrir mão de sua realeza para se tornar uma república em 1946, apenas 34 dias depois de Umberto II ter assumido o trono. A propósito, uma das poucas pessoas que viram de perto as Joias da Coroa Italiana nesses últimos 75 anos foi Gianni Bulgari, neto do fundador da centenária joalheria Bulgari, Sotirio Bulgari.