Em 2024 foi anunciado oficialmente que Pietro Fittipaldi viveria um sonho. Depois de tanto esforço e dedicação, correr na Fórmula Indy durante uma temporada completa se tornou uma realidade em sua carreira. Em 2024 defenderá a equipe Rahal Letterman Lanigan Racing.
“Primeiramente eu estou muito feliz com essa oportunidade de estar correndo uma temporada inteira na Fórmula Indy, uma categoria extremamente competitiva e isso é muito importante, pra mim e pra minha carreira”.
Uma das perguntas que não poderia faltar: “O que podemos esperar dessa temporada?”
Já que além de piloto, Pietro possui um vasto conhecimento nesse mundo do esporte a motor, por ter corrido em diversas categorias e ser um profissional muito dedicado.
“Eu acho que vão ter muitas mudanças durante a temporada, começando que o carro já vai estar mais leve que o ano passado. O sistema híbrido vai ser colocado no carro só depois das 500 milhas de Indianápolis. Então eu acho que vai ser uma temporada com muitas mudanças para os times e entrando agora, como meu primeiro ano completo na categoria, eu acho bom, porque é uma coisa nova pra todos, então equilibra um pouco mais as coisas”.
Com um currículo invejável, que conta com categorias como: F1, IMSA, WEC, ELMS, Porsche, Stock Car, 24h de Le Mans, Indy, DTM, Fórmula E, Super Fórmula, entre outras. O brasileiro começou cedo no esporte e desde criança já demonstrou ter talento suficiente para conquistar campeonatos. Começando pelo da Nascar, Late Model, aos 15 anos, nos Estados Unidos.
Desistir ?
Nunca. Se tem uma coisa que Pietro desconhece, é essa palavra. Simplesmente não faz parte de seu vocabulário.
“Isso sempre foi um objetivo pra mim, correr uma temporada completa na Fórmula Indy. Eu queria muito, para poder mostrar o que eu posso fazer, porque quando eu corri em 2021, eu acabava fazendo duas ou três corridas e antes disso, fiz mais cinco corridas em 2018. Então acaba que você não consegue mostrar tudo o que é capaz de fazer”.
“Quando você faz uma temporada inteira você tem uma evolução muito grande com o time, em termos de trabalho e pilotagem. As duas corridas que eu fiz, terminei duas vezes no top 10 com um time que era Dale Coyne Racing. Uma equipe menor, mas conseguimos bons resultados e por isso eu sempre tive aquela vontade de correr uma temporada inteira. Acho que é uma categoria que encaixa muito bem com o meu estilo de trabalho e de pilotagem também“.
Lembrando que em 2021, Pietro ainda recebeu o prêmio por ser o novato mais rápido da Indy 500. Episódio esse que foi gravado e publicado no canal do Youtube dos Fittipaldi brothers.
Foco para a temporada
“O apressado come cru“, como já dizia o velho ditado.
Por ser um piloto experiente, que já passou por diversas categorias ao longo de sua carreira, Pietro sabe que não adianta testar os limites de uma forma apressada e impaciente.
“A meta é ir passo a passo, maximizando cada treino e corrida, porque tem várias pistas que eu não conheço, então vou ter que chegar no final de semana de corrida e andar pela primeira vez na pista no treino, conhecer durante. Eu sei que vão ter etapas que não vão ser fáceis, mas a meta é ir passo a passo. Claro que eu quero ganhar a corrida e terminar no pódio, esse é sempre o objetivo mas vamos começar focando primeiro nos treinos, nas corridas e indo de corrida em corrida”
Importância do patrocinador
Não é segredo para ninguém que estar no grid da categoria de monoposto mais importante e conhecido da América, sempre foi um objetivo. O caminho foi sinuoso para chegar até aqui, mas, no final das contas, deu certo. Com talento e apoio de seus patrocinadores, Pietro adiciona mais um feito na carreira.
“Patrocinador para um piloto é essencial. Se quiser ter uma carreira no automobilismo, você precisa ter esse apoio financeiro, para te ajudar a chegar em um certo nível. Se não tiver esse apoio você acaba tendo que parar no meio”.
“O automobilismo é um esporte que tem grandes custos, então os orçamentos para correr todo o ano vão crescendo, e se você está subindo de categoria, você precisa de patrocinadores que acreditem em você e todo ano precisa aumentar o orçamento, porque senão não consegue acompanhar e não chega no orçamento da próxima categoria”, explicou Pietro que vive isso desde muito novo e sabe a realidade do esporte.
“Sem os nossos patrocinadores, eu e meu irmão, não estaríamos aqui hoje correndo e não teríamos as oportunidades que tivemos, por isso os patrocinadores são muito importantes e somos muito gratos a eles, continuamos nessa jornada juntos”, conta Pietro que possui apoio de marcas como: Stake, Eurofarma, Claro, Baterias Moura, Hantec Markets, PneuStore, Snapdragon, Kick Streaming, SpeedMax, 5 Hours Energy, Oakberry e agora a Localiza, o mais novo parceiro.
Rotina Doida
Todo mundo sabe que o principal papel dos pilotos é guiar o carro, em velocidade surpreendentemente rápida, a mais de 200 km/h. Mas o que fica esquecido é a rotina cansativa, que inclui diversos voos, compromissos relacionados a patrocinadores, reuniões com equipe, testes, entre outros.
Pietro abre um pouco sobre esse lado da sua rotina, que não adianta, faz parte da vida dos pilotos, de todos eles.
“A rotina de viagem é muito cansativa para falar a verdade. Em 2023 das 52 semanas do ano eu estava viajando e estava em uma pista, em 35. De julho a setembro eu estava quase toda semana em uma pista, em um autódromo. É muito louco, e cansativo, mas eu estou fazendo o que eu amo, então não posso reclamar. Mas, claro que eu acho que a pior parte, se você perguntar pra todo mundo que trabalha com automobilismo, são as viagens, ter que ir para aeroporto, pegar voo, isso é a coisa mais chata e cansativa.”, conta Pietro descontraído, dando uma risada simpática
Sobre a F1
A temporada de 2023 deu o que falar, do início ao fim, com grandes revelações. Mas para Pietro que acompanhou tudo de perto desde os primeiros treinos, a perspectiva é outra.
A pergunta que não quer calar: “Quem na sua opinião foi a grande surpresa dessa temporada na F1 e se destacou mais?“
“A minha grande surpresa nessa temporada de F1 foi o Piastri, ele e a McLaren. Eu lembro que na pré-temporada no Bahrein, eu estava pessoalmente lá assistindo os carros nas curvas e o pior carro era o da McLaren e eu já estava surpreso, até pensei: ‘Como que a McLaren está tão ruim?’
“E eles estavam ruins mesmo, começou a temporada e o desempenho estava fraco , aí eles conseguiram virar o jogo, ganharam corrida nesta temporada e terminaram no pódio com os dois pilotos. E o Piastri ganhando uma corrida, no primeiro ano dele, eu acho que foi uma estreia sensacional, mas eu não fiquei surpreso com o desempenho dele porque eu já sabia que ele era bom. Mas eu fiquei surpreso com a virada de jogo da McLaren e ainda por cima um novato ganhando uma corrida pra eles.