Boi lerdo bebe água suja. E Ghislaine Maxwell, que de boba nunca teve nada, sabe bem disso. Condenada a 20 anos de prisão em meados do ano passado por conta de seu envolvimento no escândalo Jeffrey Epstein, e pelo crime de tráfico sexual, a socialite britânica de 61 anos desde então cumpre a pena em uma penitenciária de segurança mínima de Tallahassee, no estado americano da Flórida, nos Estados Unidos, e na qual se “reinventou” como professora de etiqueta.
Com o aval dos responsáveis pela instituição, Maxwell embarcou semanas atrás na nova empreitada – sua primeira atrás das grades – para ensinar às suas colegas de xilindró nem tão bem nascidas as melhores formas de se “manter altos padrões morais”, conforme constava nos folhetos que a detenta mais famosa do Novo Mundo então distribuiu para a turma.
E o chamado parece ter surtido efeito, já que nada menos do que 40 delas têm marcado presença nas duas aulas semanais que Maxwell dá, todas muito bem organizadas dentro de um programa dividido em etapas como boas maneiras, como andar corretamente, se vestir e se comportar em uma entrevista de emprego. E, de quebra, a “prof” ainda fala de empoderamento feminino com suas pupilas.
Membro de uma família tradicional do Reino Unido, Maxwell provavelmente só está fazendo o que pode para tentar conseguir algum abrandamento em sua condenação. Não necessariamente a liberdade, uma vez que tal possibilidade, ao menos por enquanto, é nula. Mas, quem sabe, a liberação de ter que pagar indenizações que totalizam US$ 20 milhões (R$ 105 milhões) para as vítimas que fez junto com Epstein e que, ao que consta, jamais receberam recomendações sobre finesse.