A elegância e a complexidade traduzem o que é uma das bebidas mais famosas e apreciadas do mundo: os borbulhantes espumantes. Eles estão entre os vinhos mais complexos de ser produzidos e possuem quatro métodos de elaboração: champenoise, charmat longo, charmat curto e um quarto, que adiciona CO2 ao vinho. A famosa “perlage”, as “borbulhas” do espumante, é causada pelo dióxido de carbono (CO2), resultante do processo de fermentação, que fica retido no líquido e escapa no formato de bolhas quando o vinho é aberto.
Em décadas passadas, era tradição servir o espumante na famosa taça “coupe”. Hoje em dia, a escolha clássica é a flûte, cujo formato alongado permite que o vinho permaneça borbulhando por mais tempo, além de, com sua abertura menor, evitar que as bolhas escapem. Em muitas degustações e grandes restaurantes, utilizam-se taças de vinho branco para que todas as nuances da bebida sejam percebidas. Com teor alcoólico de cerca de 12-13%, o espumante é uma bebida para ser consumida fresca, sendo idealmente armazenada a uma temperatura de cerca de 8°C.
O famoso Champanhe é uma denominação exclusiva para os espumantes elaborados na região homônima, cujas áreas de produção se encontram principalmente perto de Reims e Épernay, na França. As principais castas usadas em sua produção são Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier. Já a Cava é o espumante espanhol produzido em mais de 150 regiões vitivinícolas no país, sendo a principal delas Sant Sadurní d’Anoia. Podendo ser branco ou rosé, as uvas mais utilizadas em sua produção são Macabeo, Xarel-lo e Parellada.
O Prosecco vem da região do Vêneto, na Itália, produzido principalmente com a uva Glera (anteriormente conhecida como Prosecco; a mudança de nome ocorreu para assegurar sua origem geográfica). Nas últimas três décadas, a qualidade desses vinhos melhorou consideravelmente, sendo que suas principais denominações de origem são Prosecco Superiore e Prosecco. A Alemanha também produz belos espumantes, conhecidos como Sekt, com uvas Riesling, Pinot Blanc e Pinot Gris, e até com uvas autóctones, como Elbling, que resultam em vinhos diferentes, brilhantes e, usualmente, de baixo teor alcoólico.
O Brasil se destaca mundialmente na produção de espumantes, especialmente na região da Serra Gaúcha, onde os vinhos têm grande relevância no cenário nacional. As uvas mais utilizadas são Pinot Noir, Chardonnay e Riesling Itálico, que conferem ao vinho um sabor mais frutado.
A bebida histórica, criada no século XVII por um monge beneditino, Dom Pérignon, que ao provar seu vinho acreditou estar “bebendo estrelas”, mantém-se firme ao longo dos séculos. O espumante se tornou a paixão de grandes figuras, como o francês Napoleão Bonaparte, e deu origem a grandes impérios, como o da empreendedora Barbe-Nicole Clicquot, mais conhecida como Veuve Clicquot.