Como bom desempenho na pista agrega na valorização das ações da Aston Martin

Foto: Reprodução/Conor McDonnell

Desde o início do ano as ações da Aston Martin têm tido um crescimento absurdo e isso tem sido uma surpresa para muitos, principalmente por ter relação direta com o desempenho da equipe na F1. Mas, entenda melhor:

Desde o Início

O empresário canadense Lawrence Stroll tornou-se sócio majoritário da Aston Martin com mais de 20% de participação. E, com isso, mudou o nome da equipe adquirida por ele na F1, de Racing Point para Aston Martin, em 2021. No entanto, essa brincadeira teve um custo alto, de aproximadamente R$1 milhão.

Atualmente

A equipe passa por uma ótima fase na F1 com Fernando Alonso terminando no pódio em seis das oito etapas que aconteceram até agora na categoria. E mais do que isso, os pontos que o piloto espanhol tem trazido para a casa fazem muita diferença para a equipe, que briga no campeonato de construtores e está em terceiro, somando 154 pontos.

Por que um investimento tão alto?

O automobilismo é um esporte que sempre andou ao lado do luxo e de investimentos financeiros bem altos. Justamente por isso, a performance das equipes na pista não tem relevância apenas no mundo da F1 e acaba sendo um pouco mais complexo.

Análise

O economista e gestor de recursos Guilherme Zanin, especialista em conteúdos financeiros e também fã de F1, explicou um pouco e deu seu ponto de vista sobre o assunto. A performance positiva da equipe tem chamado atenção de investidores de alto nível e isso ressaltou na bolsa de valores, com as ações subindo em mais de 100%.

Mas, tudo isso vem de muito investimento e do objetivo de Lawrence Stroll em reerguer a marca, que estava bastante negligenciada no mercado e fora dos padrões atuais e tecnológicos. Zanin explica:

“No plano dele de desenvolvimento, ele começou a fazer carros mais customizáveis. E, a partir do momento em que você tem um carro de luxo, você para de vender em massa como a Mercedes e começa a customizar. Isso agrega um valor para os seus compradores.”

Em uma entrevista à CNBC, realizada em 13 de junho, é ressaltada a visão que Stroll tem a longo e curto prazo, e quais serão os próximos passos daqui para frente, levando em consideração a intenção que existe em fazer parte cada vez mais do mercado de luxo, e tudo o que ele pode proporcionar como exclusividade, por exemplo.

Mas quem é Lawrence Stroll?

Stroll é um empresário que entende muito bem do mundo dos negócios e de como construir um império. Segundo a Forbes, sua fortuna está avaliada em $3,1 bilhões ( R$ 17 bilhões). Herdou um negócio de licenciamento de marcas de moda que lhe gerou muitos lucros, sabendo fazer disso o seu grande patrimônio e passaporte para negociações maiores. Não é à toa que ele está onde está. Mas, foi um longo caminho percorrido até chegar à posição de dono de uma equipe na principal categoria de automobilismo do mundo, a F1.

Como entusiasta do esporte a motor, Stroll começou patrocinando a Lotus no começo dos anos 90 na F1 e, com tamanho sucesso de sua empresa, a Hilfiger, foi mais longe e patrocinou a Ferrari, fazendo jus à sua paixão e admiração pela marca, já que possui uma das coleções mais impressionantes de Ferraris do mundo.

Mas, ele sempre teve uma boa relação com a Scuderia Italiana, tanto é que seu filho Lance Stroll, atual piloto da Aston Martin, fez parte da academia de pilotos da Ferrari quando era adolescente. Portanto, podemos constatar que se tem um assunto que Lawrence Stroll é especialista é no mercado de luxo. Principalmente se tratando de como fazer com que gere lucros e grande possibilidades de negócios.

“Stroll está investindo em experiência e customização, além de melhora e eficiência tecnológica colocando um modelo mais jovem”, afirma Zanin.

Valores e a F1

Foto: Lars Baron/Getty Images

Todo tipo de investimento no desenvolvimento do centro de experiência, fábrica e sede da Aston Martin geraram um custo alto, mas a curto prazo também geraram margem líquida e ações subindo em mais de 100%. E, com tudo isso, vem a melhora na performance da equipe dentro da F1, a vitrine perfeita dentro do mundo do automobilismo e fora também.

A experiência de comprar um carro é a mais exclusiva e diferente de todas, porque se trata de algo restrito, do qual nem todos podem alcançar e isso é o que instiga esse tipo de consumidor. Assim como as grandes marcas que patrocinam a equipe Aston Martin Aramco Cognizant, elas ganham algo único, da mesma forma. É mais do que só estar ali presente e ver sua marca representada por uma equipe de respeito que frequenta o pódio, é poder proporcionar a seus clientes esse tipo de experiência, seletividade, eventos, brindes, etc.

Se tratando do futuro da equipe, Zanin acredita que ele pode se desenvolver daqui para frente, levando em consideração a situação atual: “Esse é um mercado que é bem nichado, mas que possui grandes retornos e, se a Aston martin continuar no mesmo caminho da Ferrari de exclusividade e valorização de um prêmio maior, acredito que eles têm grande espaço para começar a se tornar uma empresa extremamente lucrativa. Com isso a F1 ganha uma marca maior e mais forte.”

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