Se Elizabeth II não tivesse morrido lá se vão quase dois meses, o príncipe Harry muito provavelmente não teria optado por lançar seu aguardadíssimo livro de memórias que combinou em meados de 2021 com a editora americana Penguin Random House para começar a ser vendido no fim do mesmo ano, época em que mais se vendem livros no hemisfério norte por conta do Natal. A publicação foi confirmada, nessa quinta-feira, para chegar às prateleiras das livrarias em 10 de janeiro próximo.
É que o filho plebeu do rei da Inglaterra, Charles III, apostava que a falecida mãe do novo monarca britânico àquela altura já teria embarcada dessa para uma melhor, o que o teria deixado (e de fato deixou) muito triste — o irmão do príncipe William, assim como o herdeiro do Reino do Unido, adorava a avó e, portanto, não queria desagradá-la.
Não bastasse a decepção que causou a ela quando deixou a Casa Real de Windsor batendo a porta, no começo do mesmo 2021 e junto com a mulher, Meghan Markle, uma autobiografia com suas “verdades secretas” sobre a família real mais famosa do mundo se tornando notícia e certamente rendendo polêmicas teria sido ainda mais decepcionante para sua a centenária rainha.
E como seu acordo com a Penguin Random House, que pertence ao gigante grupo de mídia alemão Bertelsmann, foi muito bem costurado pelos advogados que o auxiliaram na negociação pelo (será?) “tell all”, Harry exigiu que fosse colocada no contrato que o tornará escritor uma cláusula garantindo a ele o direito de adiar o lançamento recém-anunciado da publicação.
A propósito, o dono da barba mais copiada do momento embolsou até agora como adiantamento “só” US$ 4 milhões (R$ 21,4 milhões) pelo livro-bomba, que se vingar e virar best seller como se espera pode render ao ex-royal mais uns US$ 20 milhões (R$ 106,8 milhões).