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Casa dos chefes
Arquivo Pessoal

Desde sempre envolvida em projetos sociais, a chef Danielle Dahoui viu em seu momento mais difícil da pandemia, quando precisou fechar as portas do Bistrô Ruella, na Vila Olímpia, em São Paulo, por nove meses, a chance de tirar do papel um sonho antigo: um restaurante-escola para dar oportunidades a mulheres cis e trans em situação de vulnerabilidade. “É um sonho tão antigo que ainda não consigo acreditar que consegui realizar”, conta ao GLMRM, emocionada. “Uma das coisas que mais amo no meu trabalho é poder dar oportunidades a colaboradores que não puderam ter ensino, alguém que entra na cozinha sem saber ler e escrever e lá aprender uma profissão. E foi aí que nasceu essa ideia, há muito tempo”, conta ela, que adora compartilhar conhecimento e poder ver a mudança que a capacitação, através da educação, pode fazer na vida das pessoas.

Danielle Dahoui. Foto: Divulgação

Instalado em uma casa com projeto da arquiteta Helena Pellanda, decorada com acervo da própria chef, próximo ao Quadrado de Trancoso, o Restaurante-Escola Casa das Chefes vai dar às mulheres a oportunidade de aprender sobre panificação, confeitaria, serviço de atendimento, gestão e liderança. “Elas sairão preparadas para crescer, ensinar e aprender cada vez mais”, projeta a chef, lembrando que, apesar de ser um dos destinos turísticos mais desejados do Brasil, com presença de marcas de grande capital, Trancoso, assim como a Bahia, é um lugar de grande pobreza, que em muitos casos resulta em mulheres trancadas em casa, vitimas de abuso doméstico.

E engana-se quem achou que o nome Casa das Chefes vem de chef de cozinha. O nome do projeto foi pensado para ser uma homenagem às chefes de família do Brasil: segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), hoje elas são 34,4 milhões responsáveis financeiramente pelos domicílios, o que significa que quase metade das casas brasileiras são chefiadas por mulheres. Mas Danielle ressalta que, sem qualificação e assistência, fica quase impossível para essa parcela ter uma vida digna e, por isso, a chef espera formar centenas de mulheres no ramo da hospitalidade e ver a vida delas se transformar. “Porque quando mudamos a vida de uma mulher, mudamos também a vida dos filhos dela e assim se cria uma rede de oportunidades”, finaliza.

O restaurante foi inaugurado no último dia 10 de janeiro. Quem passar por lá, além participar da boa ação, ainda pode provar o menu que traz um pouco da história de Danielle, uma culinária plural dos quatro cantos do mundo, “de base francesa, mas cheia de brasilidade”, tudo acompanhado de drinks autorais e clássicos.

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