Butão, a joia da Ásia, por Julie Lamac

A viagem foi organizada pela Renata Rocha, especialista em learning journeys, e, a convite do Rei Jigme, tivemos a oportunidade incrível de conversar com grandes líderes do país e entender um pouco mais do Butão, onde a Tradição, Autenticidade, Espiritualidade e Liberdade se encontram com um ambiente empreendedor e gentil.

O Rei é superinteligente, acessível, low profile, de bom coração e visionário. Um estadista com visão de empresário. O primeiro-ministro, simpático e afiado, é rápido e atento a toda oportunidade que puder beneficiar o seu país. Kalu Rimpoche, líder religioso e representante do Dalai Lama, é muito espiritualizado e, ao mesmo tempo, com os pés no chão do mundo real. O querido Kama Ura, responsável pela Cultura da Felicidade, também se destacou.

Líderes muito bem-preparados, falam de forma direta e assertiva, muito comprometidos com o crescimento do país, conscientes dos seus desafios e criando oportunidades em iniciativas inovadoras e corajosas, como a Mindfulness City. Valorizam sua cultura, a natureza, os conceitos do budismo e o potencial de influência da região sul-asiática com tech, criptomoeda e zona autônoma, como em Cingapura e Hong Kong. As vantagens são: carbono negativo, corrupção zero e a Cultura da Felicidade, que trazem um apelo diferenciado ao país.

O povo AMA o rei e tem um respeito enorme pelas tradições. Existe um grande desafio: manter seus jovens no país, dando educação de qualidade e oportunidades de trabalho, aumentando assim a renda per capita. Ainda não existe grande pressão social, mas o fato é que a população em geral ganha pouco e, com o acesso a mídias sociais e informação, os jovens vão se tornando mais ambiciosos. O país e seus dirigentes sabem que precisam acomodar isso.

Eles são extremamente inovadores na gestão pública e privada. Têm clara a consciência de adaptação rápida para o avanço do país e a melhora da qualidade de vida da população.

A parte espiritual é fortíssima, com o budismo vajrayana, cheio de templos maravilhosos, lamas e monges (5% da população de 700 mil pessoas), líderes religiosos, meditação, mantras, oráculos etc. É interessante ver que muitos deles se casam, têm filhos e levam uma vida normal. Não vi muitas mulheres como líderes religiosas, políticas ou empresariais, o que indica que ainda há oportunidades de avanço nessa área.

O povo é querido, puro, delicado, solícito, com grande senso de comunidade. Valorizam a cultura local e não estão fortemente influenciados pelo Ocidente. Ao mesmo tempo, também são muito livres. Todo mundo pode se casar se, quando, como e com quem quiser. Não são fixados em regras rígidas, como os tradicionais “pode e não pode” de muitos países religiosos.

Na essência, é um país que valoriza e pratica a liberdade e a felicidade.

A comida é boa para quem gosta de cozinha asiática, condimentada e com uso de ingredientes locais.

Nós ficamos no Six Senses que tem serviço espetacular, é super confortável com arquitetura e decoração super lindas em Punakha e Thimpu com bate e volta a Paro com Hiking de 700 metros ao Tigers Nest, um templo incrustado na pedra. Vimos paisagens muito bonitas nos poucos 5 dias que tivemos por lá. Além disso, o país tem muitos recursos naturais como florestas, água, minério e abundante flora e fauna.

Foi uma das experiências mais enriquecedoras e diferenciadas que tivemos na Ásia, e temos estrada por lá. Um lugar que ajuda a aquietar a mente e aquece o coração.

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