A exposição individual de Lygia Pape na Almeida & Dale, inaugurada em 23 de março e com curadoria de Ana Avelar, destaca a obra diversificada da artista, explorando três eixos principais: construção, corpo e sentidos. Como uma figura central do Neoconcretismo dos anos 1950, Pape trabalhou em várias mídias, incluindo pintura, escultura, performance e vídeo, buscando explorar conceitos como espaço, tempo, movimento e a participação do espectador.
Embora suas contribuições para a arte contemporânea sejam reconhecidas internacionalmente, exposições que aprofundam suas especificidades dentro e fora do movimento neoconcreto são raras. A individual “Lygia Pape: Ação Dentro” busca preencher essa lacuna, propondo uma reflexão sobre sua obra ao longo da vida, destacando como suas criações apresentam emoções, sensações corporais e sentidos por meio de formas, construções e signos.
A exposição, composta por cerca de 50 obras produzidas entre os anos 1950 e 2000, não segue uma ordem cronológica, mas foca no experimentalismo de Pape, provocando o deslocamento dos visitantes e estimulando a percepção sensível. Ana Avelar e Laura Rago, curadoras da mostra, enfatizam a conexão entre formas, técnicas, experiências sensoriais e pensamento construtivo e sensível na obra da artista.
Referências filosóficas como Susanne Langer e críticas de Mario Pedrosa, mencionadas nos escritos de Pape, ajudam a embasar essa narrativa, mostrando como ela concebeu uma arte que é simultaneamente sensível e construtiva, adaptando-se às atualizações da prática artística contemporânea. A exposição, portanto, não só oferece um olhar sobre a obra de Pape, mas também busca compreender sua singularidade e contribuição para o pensamento artístico.
GLMRM mostra alguns cliques da abertura que aconteceu no dia 23, sábado:
Fotos: Leda Abuhab