Pamela Barja, de 38 anos, fala com orgulho que é influenciadora. Admite, no entanto, que até pouco tempo atrás sentia preconceito de tal rótulo. “Eu tinha o pé atrás. Hoje, amo o que faço, tenho orgulho de ser influenciadora. Adoro descobrir marcas, fazer a curadoria de produtos.” Sua trajetória na moda começou como vendedora enquanto cursava a faculdade de rádio e TV, foi assistente da designer de sapatos Francesca Giobbi – “ela me ensinou muito” –, trabalhou em showroom e teve marca própria. Pam, que sempre flertou com o mercado de luxo, ultrapassou outra barreira quando aceitou o convite para trabalhar em uma marca do Bom Retiro, bairro de comércio popular em São Paulo. “Me encantei com esse universo, a marca sendo tratada como business mesmo, que abastece tantas lojas e tantas pessoas vivem dessa venda. Nada de deslumbramento”, compara. Do estilo migrou para o marketing e começou a prestar consultoria para inúmeras etiquetas. “Naturalmente, eu usava as roupas dos clientes, postava, falava para as amigas e vendia. E as marcas começaram a me contratar não só para consultoria, mas como influencer”, revela. Apaixonada por arte, ela conta que as combinações de cores dos looks são sempre inspiradas em alguma obra.
Para Inspirar
Há um ano… idealizava que meus pais viveriam para sempre e que eu nunca precisaria passar pela dor da perda. Meu pai faleceu há poucos meses, vítima da Covid.
Daqui um ano… espero não ter medo de abraçar e beijar as pessoas.
Não saio de casa sem… sou bem prática, pego meu celular e pronto.
Busco inspiração… nas pessoas que vejo, nos lugares, na arte, na arquitetura, em tudo que está à minha volta.
No meu estilo não pode faltar… uma boa alfaiataria.
Não uso de jeito nenhum: tenho medo de cuspir para cima e cair na testa [risos], pois estamos evoluindo. Mas hoje eu diria calça de cintura baixa.
Minha peça de roupa mais antiga e que uso até hoje é… um pijama que não consigo me desfazer. Ele está surrado, mas é meu favorito.
Minha paisagem preferida: parece clichê, mas não é: ver o pôr do sol em qualquer lugar que eu esteja – no trânsito, na praia, em uma viagem… São os minutos em que a gente sente uma energia superior.
Meu refúgio: museu. Adoro o silêncio e o propósito comum de as pessoas estarem em um mesmo ambiente com o intuito de contemplar e assimilar arte.
Na minha geladeira sempre tem: sorvete.
Tenho coleção: de nada. Fico agoniada com qualquer vestígio de acumulação.
Maior conselho que já recebi: sempre fui muito controladora, talvez influência do meu signo, Escorpião. E meu saudoso pai, quando me via impaciente, dizia: “Filha, viva e deixe viver”.
Filme da vida: Labirinto – A Magia do Tempo (1986), com David Bowie e Jennifer Connelly. Foi um filme que marcou a minha infância e eu sonhava com Bowie cantando. Assisti mais de 100 vezes, com certeza.
Música que ouço em repeat: São duas, “I Wanna Dance With Somebody”, da Whitney Houston, e “Murder on the Dancefloor”, de Sophie Ellis-Bextor.
Gostaria de ter uma obra de arte de: Djanira da Motta e Silva. Além de ser uma artista magnífica, ela é de Avaré (SP), cidade onde cresci.
Minha rotina de beleza inclui: sou preguiçosa em relação a isso, diria que a minha rotina varia de acordo com meu humor e pressa.
Primeira coisa que faço assim que acordo: olho o celular, mas confesso que gostaria que fosse diferente… Depois me espreguiço, agradeço e bebo água, nessa ordem.
Para desacelerar… me jogo no sofá. É o meu lugar mais reflexivo.