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A palavra envelhecer assusta muita gente, inclusive eu. Mas não estou aqui para julgar. Acho válido simplesmente discutir a respeito e colocar a cabeça para pensar em algumas questões. Não tenho nada contra tratamentos invasivos para desacelerar o envelhecimento. Sou daquelas que não tem coragem, ou melhor, ainda não tive a coragem de me jogar neles. A única certeza que temos na vida é que vamos envelhecer e morrer. Tudo que fazemos neste planeta é a história que estamos criando e o legado que deixaremos quando voltarmos ao pó. O fato é: se temos que envelhecer, como fazer com dignidade? Quem são os melhores aliados? 

Quando se fala em moda sabemos que tudo está um passo à frente. Os estilistas sempre devem trazer em suas coleções as últimas novidades. Muitas vezes, pela falta delas, eles recriam ou interpretam temas antigos para uma nova e mais moderna visão. Isso nos mostra como a reciclagem é possível e muito bem vinda. Se você tem o estilo daqueles que gostam de roupas antigas e originais, o que chamamos de vintage, você tem os brechós como opção. Mas quando se trata do nosso corpo, ficar velho, vintage, é muito difícil. Mas opções que estão disponíveis para retardar esse processo requerem certos cuidados. 

Vemos diariamente a vontade que o ser humano tem de parar no tempo. Com a tecnologia atual bombando e a procura pelas soluções dermatológicas para manter nossa juventude por mais tempo, vemos muitas mulheres e homens destruindo o que minha amiga Manu Carvalho me explicou bem, não somente a carcaça externa, mas sim sua individualidade e personalidade. As celebridades são as primeiras que vemos se rendendo aos excessos. Com isso, podem perder espaço quando começam a ficar umas iguais às outras. No business onde a beleza é o fio condutor, o que conta é o que você é naturalmente, explica Manu. 

Na moda se vê bem menos casos de exageros. A geração Linda Evangelista, Christy Turlington, Helena Christensen, Cindy Crawford, Kate Moss, Claudia Schiffer, Naomi (essa nós já sabemos que vem pra cá para fazer coisinhas com médicos e dermatologistas brazucas), entre tantas outras, está envelhecendo bem. Pelo menos a maioria. Algumas dão uma detonada nas drugs e tal, mas mesmo assim continuam belíssimas. Por quê? Porque sabem respeitar seus limites ou o formol delas é tipo incrível? Bom, até pode ser, mas tudo isso é uma combinação de pequenas e respeitosas doses do que está disponível no mercado de beleza e na natureza aliado à prática de esportes, alimentação correta (com acompanhamento profissional, se possível), roupas que acompanham sua idade e disciplina. O lance da roupa é o seguinte: nosso estilo vai mudando conforme o tempo passa e, quando falo que a roupa tem que acompanhar o amadurecimento, é que acho muito esquisito quando uma mulher com certa idade quer se vestir como uma adolescente. Essa discussão tem chão, mas vamos pontuar brevemente o assunto. 

Cada ser humano tem o seu limite. O exagero que às vezes as pessoas cometem com o abusivo e compulsivo uso dessas opções parece que é visto somente aos olhos de quem está de fora. Tenho a impressão que as vítimas dessas loucuras não enxergam os efeitos em si mesmas… E que efeitos! Vejam Amanda Lepore, um transexual que recebe atenção por sua atuação como modelo, fashionista e tem veia para os negócios. Já foi o rosto de publicidades da M.A.C., Heatherette (marca badalada que usa sua imagem para as campanhas de roupa e para desfiles da fashion week) e sempre está em trabalhos do badaladíssimo David La Chapelle. A fofa tem até uma boneca inspirada nela. Amanda é sem dúvida uma pessoa importante no mundo da moda. 

Desde muito jovem quis se transformar numa mulher, por isso passou por milhões de cirurgias. O resultado é assustador, mas quem está ligando? Ela é o que é pela bizarrice, não é mesmo? Donatella Versace também é uma mulher bem importante na industria e visualmente exagerou geral. É triste acompanhar essa transformação. Já assistiram "extreme makeover"? Gente, é uma loucura! Parece que abriram a porta de um “açougue de gente”. A compulsão pela beleza é tamanha que agem como se não houvesse amanhã e se entregam a qualquer promessa de uma vida nova, num rosto ou corpo novo, de uma maneira rápida e prática, gastando milhões. A maioria dessas intervenções são carééézimas. Michael Jackson que o diga. Lançou moda ainda jovem, mas hoje padece no seu mundo show de horrores. 

Jocelyn Wildenstein é outro exemplo de exagero que fugiu dos limites. Essa mulher gastou mais de quatro milhões de euros para ficar "bonita para o marido", mas o resultado… Jesus, que meda! Nada contra, cada um é cada um e faz o que bem entender com seu corpo, mas às vezes é bom lembrar dos limites porque lá na frente, quando o estrago estiver gritando, não vão ter tempo de se arrepender. Muitas vezes não tem mais conserto. 

É incrível como existem poucas pessoas que envelhecem sem colocar absolutamente nada no corpo, só com ajuda de alimentação correta, exercícios, cremes, entre outras opções mais naturebas. O poder aquisitivo nessas horas ajuda pencas. Ninguém está livre de resistir aos encantos dessas novas e cada vez mais poderosas invenções. Se usada com parcimônia, os resultados são melhores e eficazes. De qualquer forma, sou da turma que acha que a juventude está dentro de nós, na nossa natureza, no nosso espírito, na maneira que conduzimos nossa vida e não exatamente em uma injeção de botox.

Amanda Lepore, Donatella Versace, Jocelyn Wildenstein e Michael Jackson: no limite

Lara Gerin

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