coluna moda

Já sabemos que a alta-costura não é mais a mesma. Hoje em dia, o número de clientes que pode se dar ao luxo de comprar uma roupa dessas diminuiu e também ficaram mais escassas as ocasiões para usar peças tão, tão, tão exclusivas e de sonho. O sonho continua, mas aponta caminhos diferentes:

CHANEL: PARA SAIR USANDO

Pegue um visionário como Karl Lagerfeld, um homem que está sempre à frente de seu tempo, antenado com todas as novidades também na música e na arte. Sua coleção de alta-costura não estaria fora de lugar em um desfile de prêt-à-porter, com exceção dos looks mais elaborados do final. Se a parte “rica” está no uso dos materiais desenvolvidos pela própria Chanel, as proporções são atuais e usáveis e fazem brilhar os olhos de muitas mulheres descoladas.

DIOR: PARA FAZER A MULHER SONHAR

Como mago dos sonhos que é, Galliano fez uma coleção inspirada nas flores. Ele chegou a ficar uma hora e meia observando o efeito da mudança de luz em uma tulipa e essa dedicação extrema explica as cores e os efeitos em degradê vistos nos vestidos, alguns bem volumosos em forma de tulipa.

* Criativo e fantasioso, Galliano não faz nada perto do comum nem mesmo em suas coleções de prêt-à-porter. Ao contrário, se abastece de sua imaginação sem limites, de sua ousadia e de técnicas perfeitas para criar um mundo especial e ultra-feminino como só os mestres da alta-costura sabem fazer.

GIVENCHY: SONHO USÁVEL (para quem pode)

É a técnica no trabalho com os ornamentos o fator mais impressionante na Givenchy. Aqui, o universo da alta-costura não aparece em metros e metros de tecidos ou em formas fantasiosas, como vistos na Dior, mas na obsessão do estilista Ricardo Tisci em criar roupas de fato muito especiais, sem usar da exuberância de volumes. A coleção se inspira em Frida Kahlo e em suas três obsessões: religião, sensualidade e a anatomia humana.

* O esqueleto é o tema dominante, daí os vestidos grudados no corpo em renda, tule, seda e cetim, com bordados de cristais, pérolas e pedras. Uma das peças decorada com cristais levou 1.600 horas para ser feito, outro vestido de renda levou seis meses de trabalho. Aí está um dos fundamentos da alta-costura. O diferencial é o olhar de Tisci, que modernizou as roupas com jaquetas e casacos e com o próprio shape longilíneo dos vestidos. Mais uma vez, uma roupa muito luxuosa e exclusiva, porem que pode ser usada mais facilmente, ao melhor estilo Kate Moss, com uma jaqueta de couro por cima.

Por Camila Yahn

Sair da versão mobile