A quinta-feira começou cedo para quem acompanha os desfiles da Semana de Moda de Paris daqui do Brasil. Antes das oito da manhã – no horário de Brasília – os fashionistas brasileiros já estavam acordados para acompanhar o desfile da Balenciaga. Inspirado no flamenco, dança espanhola, Nicolas Ghesquière criou uma coleção clean, com blocos de cores neutras e linhas retas misturadas com a leveza dos babados originários da dança.
Assimetria foi um dos pontos mais marcantes do desfile, com bicos e babados na frente ou de um dos lados das saias e vestidos. E a barriga de fora – mais uma vez ela – foi vista cruzando a passarela com casacos de shape oversized e calças de cintura alta.
Looks nude e o couro também tomaram conta da coleção, assim como as peças estampadas, que ora eram combinadas com camisas de renda, ora com outras estampas. O estilo da marca está lá, com a pegada “científica” – sempre ela – que faz as modelos não parecerem nada além de uma mulher Balenciaga.
Outro desfile de destaque do dia – e o último, por sinal – foi o da Lanvin, que começou com looks total black, decotes exagerados e muita alfaiataria. A assimetria também marcou presença em quase todos os modelos, com pontas de um só lado e shapes geométricos.
O brilho criado por Alber Elbaz é de tirar o fôlego. Vestidos e macacões que dão um ar luxuoso a qualquer produção, sem precisar de mais nada. Chique. Nos pés, sandálias com poucas tiras e muita pele à mostra.
No fim do desfile, as modelos deram pivô com as criações coloridas da Lanvin. Azul, verde, rosa, roxo e petróleo, nenhum tom muito vivo, nada que tirasse o peso da coleção quase inteira preta para uma primavera-verão sombria, mas, ao mesmo tempo, chique até dizer chega.
As duas coleções trazem acessórios que fazem toda a diferença. Balenciaga com seus anéis em cada dedo da mão e Lanvin com os maxicolares dourados e braceletes chapados. Duas coleções diferentes, para mulheres diferentes, mas ambas com o mesmo poder: de levar qualquer uma à loucura.