Com peças exclusivas que focam em técnicas ancestrais de tecelagem e estamparia, a ethne, marca idealizada e fundada pela jornalista de moda Samira Campos, arma uma apresentação de estreia em São Paulo com a coleção intitulada “Rota de Samarkand”. Com matérias-primas 100% naturais e artesanais, confeccionadas por mulheres do Uzbequistão, a linha é um mergulho na arte do Ikat e dos Susanis, bordados handmade decorativos originários da Ásia Central.
A exibição revela peças únicas, muitas delas feitas com tecidos vintage, obras de arte descobertas nos acervos pessoais de famílias de artesãos deste país. O ikat, tecido em fio de seda feito no tear manual, é apresentado em forma de vestidos, túnicas e na primorosa coleção cápsula “Jardim das Tuberosas” que ganha os principais holofotes da coleção, constituída por casacos de veludo de seda, double face, construídos cuidadosamente – dos fios dos casulos, passando pelo preparo das cores até a trama em tear manual, dando vida a uma combinação intrigante de cores cujos desenhos remetem a romãs, flores e listras.
Lançada em setembro de 2017, a ethne, nome que significa nações estrangeiras em grego, nasceu da paixão de sua fundadora por tecidos e da vontade de desenvolver um trabalho com artesãos qualificados e talentosos dos quatro cantos do planeta. Foi após uma visita ao museu do Block Print em Jaipur, Índia, que Samira – até então atuando como jornalista para a TV Globo no sul do Brasil, onde trabalhou por mais de 30 anos entrevistando designers de moda – se apaixonou pela antiga técnica da estamparia feita com carimbos de madeira, arte que a inspirou a se dedicar ao projeto da ethne.
Do block printing ao tear manual, das tramas de palhas ao macramê, do bordado à mão aos tingimentos como shibori e tie dye, a ethne trabalha hoje diretamente com mais de 500 artesãos das mais variadas etnias. São block printers do Rajastão, na Índia, artesãos de Ikat e Susanis do Uzbequistão, bordadeiras do Afeganistão, artesãos da ráfia e da seda de cactos do Marrocos, tecelões do Mali, na África, artesãos e indígenas do Brasil, que criam acessórios com palha de piaçava, e toquilleras do Equador, que fazem chapéus, bolsas e muito mais.
A marca apresenta caftans e vestidos no estilo boho, todos no espírito free size. Cada peça é elaborada com fibras naturais a partir de tecidos nobres, como levíssimos algodões malmal, pura seda mulberry ou ikats concebidos em tear manual.
“Desejo levar esses tecidos primorosos feitos por habilidosos artesãos, ajudando a perpetuar suas técnicas de excelência por meio de uma marca que respira criatividade, profusão de cores, mix de culturas e boas energias, com atenção para o design que renova antigas tradições”, afirma Samira.
Coleção Rota de Samarkand: uma viagem ao coração da Silk Road
O impulso de descobrir lugares pouco familiares, conhecer novas culturas e descobrir artesãos têm sido como um chamado para a ethne. Essa paixão pela arte do Ikat e dos bordados dos Susanis levou a marca ao Uzbequistão numa viagem cheia de surpresas, aprendizados e acima de tudo, com um sentimento muito forte de reencontro. O resultado foram quimonos de seda com franjas, alguns feitos com Susanis antigos e sedas vintage, outros com bordados recentes em veludo.
Em Samarkand e no Vale de Fergana foi um verdadeiro mergulho na arte do Ikat de algodão e seda. A descoberta de teares antigos ainda em movimento e trabalhando com técnicas ancestrais deu vida casacos que são obras de arte em veludo. Capas double face, coletes e quimonos foram criados ali com um um incrível contraste de cores, forros de seda em pink e amarelo, acendendo a magia de algo tão especial.
Rota de Samarkand é uma coleção de peças ONE OF A KIND, ricas em detalhes e 100% feitas artesanalmente, criadas a quatro mãos pela diretora criativa da ethne, Samira Campos, e a diretora geral da empresa, Denise Damásio. Ela inclui a coleção cápsula “Jardim de Tuberosas” com 8 casacos dignos de colecionador.
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