Q&A com Paolinha Murta, a mulher por trás da Skazi e da Tufi Duek

Foto: Leca Novo

Mil mulheres em uma: essa é Paolinha Murta. Mãe, empresária e diretora de estilo das grifes Skazi e Tufi Duek. Em um bate-papo exclusivo com o Glamurama, Paolinha revelou os desafios de liderar duas grandes marcas brasileiras e como continua tão presente no mercado da moda. A empresária contou sobre o dia a dia no universo fashion, suas expectativas sobre as labels e como consegue conciliar tantas demandas em sua rotina agitada.

Ana Paola Murta, ou como é mais conhecida, Paolinha Murta, fundou a Skazi há 30 anos. Para você, qual é o sentimento de ver a marca que idealizou completando 3 décadas de história?

“É inexplicável! Me sinto muito realizada ao relembrar toda a trajetória, desde quando iniciamos o projeto há 30 anos, até hoje. Sempre passa um filme pela minha cabeça quando penso em tudo o que atravessamos para chegar até aqui, afinal, foram muitos momentos, desafios e processos que exigiram sabedoria e pulso firme”.

Poderia nos contar um pouco sobre sua trajetória profissional? Como surgiu a Skazi e como foi o processo de se tornar diretora da Tufi Duek, uma grife que já tinha uma história por trás?

“A paixão pela moda sempre esteve presente em mim e na minha família. Meu primeiro contato efetivo com este universo foi por volta dos 12 anos, quando eu fazia tricô na máquina da minha mãe e passava horas desenvolvendo várias roupas. Ao longo do tempo, essa paixão foi se intensificando e nós fomos vendendo e popularizando as peças por Minas Gerais, até que chegou em um ponto que decidimos nos aventurar e abrir a Skazi. Já com a Tufi Duek, o processo foi bem diferente, pois era uma marca que tinha toda uma história e um DNA por trás, além de um público muito fiel. O meu maior desafio foi trazer ideias novas e criativas à empresa, mas sempre mantendo a sua essência. Para isso, uni minha experiência no mercado, minha vontade de encarar novos desafios e, claro, uma equipe de profissionais incríveis que fez tudo acontecer. Acho que deu certo, né? (risos)”.

Ano passado, a Tufi Duek abriu sua primeira unidade em Florianópolis. Vocês buscam expandir a marca para outros pontos do Brasil?

“Em 2023 nós abrimos a primeira unidade da Tufi Duek em Florianópolis e em seguida reformamos a flagship do Shopping Iguatemi São Paulo. Além disso, a marca também está presente em muitos pontos do país através das nossas parcerias multimarcas. Nossa vontade é conquistar cada vez mais partes do Brasil e levar a moda atemporal da Tufi Duek para mais mulheres ao redor do país”.

Como você encara o desafio de conseguir separar as identidades visuais da Skazi e da Tufi Duek sendo a diretora criativa de ambas?

“O que auxilia neste processo é saber que cada uma das marcas possui uma identidade muito bem definida, então, embora eu esteja lado a lado ao longo de todo o desenvolvimento, vejo que cada uma é muito única, inclusive com públicos bem diferentes. Conto com uma equipe incrível de profissionais direcionados para atender cada uma das marcas, tornando essa divisão ainda mais clara na prática”.

Reprodução Instagram

Como você caracteriza a mulher Tufi? E a mulher Skazi? Existem muitas diferenças entre elas?

A mulher Tufi está sempre em movimento, então, preza pela atemporalidade, versatilidade, praticidade e elegância no dia a dia, buscando por peças de caimento ímpar e muita alfaiataria. Já a mulher Skazi é mais leve, romântica e descontraída, optando por roupas mais femininas, fluidas, coloridas e ousadas. Porém, apesar de muitas diferenças, vejo alguns pontos em comum: ambas são mulheres fortes e autênticas que priorizam a alta qualidade na moda.

O começo da Skazi esteve bastante atrelado à influenciadora Thassia Naves. Qual foi o impacto desta parceria e como é a relação entre a marca e a influencer hoje em dia?

“Thassia é uma pessoa muito importante para nós e para a história da Skazi, assim como somos para a trajetória dela. Eu amo nossa parceria, pois desde o começo foi extremamente importante, nos trouxe muita visibilidade em um momento que precisávamos ser reconhecidos no mercado fashion. Sou muito grata e feliz pelos nossos caminhos terem se cruzado e por seguirmos mais que parceiras, amigas até hoje”.

A Skazi foi uma das marcas pioneiras a acreditar na força das influenciadoras. Visto que até hoje vocês atuam desta forma com ambas as grifes, como vocês escolhem em quais criadoras de conteúdo apostar?

“Com as constantes mudanças no mercado digital, a busca pelas influenciadoras também mudou. Hoje, a escolha é muito relativa, pois levamos em consideração quais possuem sinergia não só com a marca, mas também com a ação que estamos tratando no momento. O “Look do Dia”, apesar de não ter mais tanta força, ainda é importante. As grandes influenciadoras transformaram suas entregas em lifestyle, ou seja, elas usam de verdade as peças que estão postando. Os detalhes que sempre analisamos são: gostar e ter um estilo parecido com o das marcas e criar uma experiência diferente para falar das roupas. Afinal, não importa a quantidade de seguidores, mas sim como a pessoa influencia”.

Qual é o maior desafio em liderar duas das maiores grifes de moda do Brasil?

“O desafio que encaro diariamente é o de propor novas ideias ao mercado, ao mesmo tempo que mantenho o DNA de cada marca. Somos constantemente bombardeados por novas tendências, novas informações, novas tecnologias, estamos online o tempo todo e é importante saber filtrar o que extrair de cada trend… então é sempre preciso parar e analisar para saber o que faz sentido para cada uma das marcas e seus respectivos públicos”.

Qual foi o maior desafio enfrentado por você no momento que iniciou a liderança da Tufi Duek? E hoje em dia, existe algum novo grande desafio em relação à marca?

“Quando me tornei diretora criativa, meu maior desafio foi a responsabilidade de carregar uma marca tão importante e relevante para o mercado da moda nacional. Hoje em dia, meu maior obstáculo é manter toda a essência clássica e tradicional da Tufi Duek para o mercado atual, que é tão efêmero”.

Além de tomar a frente de duas empresas grandes, você ainda é mãe e superativa nas redes sociais. Como você consegue conciliar tudo isso?

“Olha, não é fácil (risos). Conciliar a minha relação com os meus filhos e o trabalho com certeza é um desafio! Tenho a sorte de contar com o meu marido a todo o momento no âmbito profissional ou pessoal. Já as redes sociais acabam atuando como um instrumento de trabalho, pois é ali que eu me comunico de forma mais orgânica e direta com as minhas clientes, que amam estar a par de tudo o que acontece nas marcas e no meu estilo de vida”.

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