Joan Didion, escritora que revolucionou a literatura dos EUA, morre aos 87 anos

Foto: Jemal Countess/Getty Images

Descrita pelo “The New York Times” como um “tipo novo” e raro de jornalista, Joan Didion morreu nessa quinta-feira na casa onde vivia há anos em Manhattan. A causa de sua morte, segundo seu publisher, Paul Bogaards, foi por complicações do mal de Parkinson. Ela tinha 87 anos e deixa uma única filha, Quintana Roo Dunne, fruto de seu casamento de 39 anos com John Gregory Dunne (ele morreu em 2003)

Didion, que era cunhada de Dominich Dunne, conquistou a fama nos anos 1960, quando começou a escrever uma série de artigos para a revista “Life” sobre o que via em seu dia a dia na Califórnia, onde morava na época, e em resumo o caos e cultura sem limites que tomavam conta do estado americano naqueles tempos.

Seus dois livros mais famosos – “Play It as It Lays” e “A Book of Common Prayer” – a consagraram como uma observadora da contracultura americana, apesar de que ambos são ficção. No auge do movimento hippie, ela escreveu ensaios renomados como “Slouching Towards Bethlehem” e “The White Album”.

Quando começou a flertar com o cinema, colaborou com excêntricos como Bishop James Pike e Howard Hughes, e também com a banda de rock The Doors. Considerada uma narradora excelente, Didion eventualmente se rendeu ao jornalismo político, denunciando as guerras de El Salvador e a emigração em massa de cubanos para Miami.

Nascida em Sacramento, na Califórnia, era filha de mãe descendente da quinta geração dos ocupantes do estado, e de pai financista. Na adolescência, seu hobby era datilografar capítulos de obras famosas de Ernest Hemingway, uma de suas maiores influências literárias junto com Joseph Conrad, por vezes os alterando, só pra ver como ficavam.

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