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escola de bauhaus

Quando pensamos na escola de design, arquitetura e artes – Bauhaus – logo vem à mente nomes como Walter Gropius, Paul Klee, Wassily Kandinsky, László Moholy-Nagy, Mies van der Rohe e Marcel Breuer, porém raramente recordamos nomes como os de Gunta Stölz, Lilly Reich, Anni Albers, Marianne Brandt e Alma Siedhoff-Buscher.

Reprodução

Criada em Weimar, na Alemanha em 1919, pelo arquiteto Walter Gropius, a Bauhaus se tornou um símbolo do ensino e da pesquisa de arquitetura e design da era moderna. Foi também, uma das primeiras escolas do mundo a aceitar pessoas do sexo feminino, que rapidamente se tornaram maioria na instituição. Elas vinham atraídas pela possibilidade de estar num novo espaço onde não haveria “diferença entre o sexo belo e o sexo forte”, de acordo com Gropius o seu primeiro diretor.

Conheça a seguir, algumas das grandes mulheres que se destacaram nesse ambiente de vanguarda, mas ao mesmo tempo machista, da época.

Gunta Stölzl

Apesar da tecelagem não ter sido a primeira escolha de Gunta Stölz ao entrar para a Bauhaus, ela conseguiu ir bem longe com suas tramas, além de ser a única a transpor todas etapas da formação. Ela entrou como estudante em 1919, tornou-se professora oito anos depois, mestre de atelier e a primeira diretora do atelier têxtil. Por conta da ascensão do nazismo que se tornara cada vez mais presente nas instituições alemãs, ela acabou em 1931 por abandonar a escola e buscar novas possibilidades de trabalho na Suíça. Lá, pode prosseguir sua carreira como designer têxtil e criar seu próprio ateliê.

Anni Albers

Outro grande nome, também da área têxtil, Anni Albers, buscou a Bauhaus em 1922 com a intenção de estudar pintura, mas também acabou encontrando cerceamentos e indo parar no infalível ateliê de têxteis. Mesmo assim, seu forte desejo de se exprimir através das artes plásticas se fez presente em seu trabalho com tecidos, exercendo seu talento através de composições abstratas de grande beleza. E, em 1949, ocorreu sua grande consagração: foi a primeira artista feminina têxtil a ter uma exposição individual no Museu de Arte Moderna, o MOMA de Nova York.

Alma Siedhoff-Buscher


Jogo de peças de montar de Alma Siedhoff-Buscher, criado em 1923

Devido a contraditória política de gênero, mesmo numa escola como Bauhaus cujo legado de vanguarda é óbvio, algumas mulheres precisaram lutar para frequentar oficinas que permaneciam reservadas apenas para os rapazes. Assim, é que outro percurso profissional simbólico foi a de Alma Siedhoff-Buscher que, quando chegou à Bauhaus em 1922, foi encaminhada para o atelier de costura. Um ano mais tarde, também driblando as normas foi aceita na aula de marcenaria, disciplina que era também reservada aos homens. Uma vez lá, Alma se destacou criando móveis de grande interesse e, sobretudo, brinquedos considerados muito inovadores. Um deles tornou-se bastante popular, o Bauhaus Bauspiel, confeccionado em madeira pintada e, rapidamente, comercializado. Infelizmente, Alma não pode exercer seu indiscutível talento por muito tempo pois morreu na Segunda Guerra Mundial, num ataque aéreo perto da cidade de Frankfurt.

Marianne Brandt

O prestigio da Bauhaus atraiu em 1924 outra aluna, Marianne Brandt, que, como as demais, precisou buscar atalhos para conseguir espaço em disciplinas de seu interesse. Tal como suas colegas foi “enviada” também para o atelier de têxteis. Mas Marianne tinha um objetivo e não sossegou enquanto não conseguiu uma vaga no atelier de metal, dirigido pelo fotógrafo, pintor húngaro e grande incentivador da artista nessa mudança, László Moholy-Nagy. Marianne tornou-se uma multiartista: era pintora, escultora, designer industrial e fotógrafa. Consagrou-se criando objetos comuns, utensílios do dia a dia, como um bule, um conjunto de peças de café, um cinzeiro, uma luminária, sendo que todos foram produzidos e comercializados, tornando-se icônicos. Após o final da Segunda Guerra Mundial, Marianne dedicou-se a ensinar arte e design na Faculdade de Arte de Dresden. Na década de 1970, perto do final de sua vida, Marianne voltou a trabalhar com fotografia, campo onde foi uma das pioneiras a retratar naturezas mortas.

Lilly Reich

Ocupando um cargo muito disputado pelos próprios homens, uma das poucas professoras da Bauhaus, foi Lilly Reich. Diferentemente das outras mulheres, já era arquiteta e designer quando chegou à celebre escola. Colaboradora próxima de Mies van der Rohe, Lilly Reich foi convidada, em 1932, pelo arquiteto, então diretor da Bauhaus, para lecionar na escola de Dessau e dirigir a oficina de design de interiores e mobiliário. Da colaboração e parceria entre Mies e Lily que durou 13 anos, nasceram importantes projetos como o Pavilhão Alemão para a Exposição Internacional de Barcelona de 1929, as casas Tugendhat e Lange. Ela é também coautora de peças consagradas de mobiliário moderno como as celebradas e continuamente produzidas cadeiras Barcelona e Brno. A produtiva parceria entre Mies e Lilly terminou quando ele emigrou para os EUA em 1937. Lilly, que continuou na Alemanha, foi professora na Universidade de Berlim, permaneceu em seu estúdio de design e arquitetura onde trabalhou até sua morte em 1947.

Matéria publicada originalmente na revista PODER, do grupo Glamurama.

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