Dia Internacional da Terra: 9 marcas nordestinas que causam impacto ambiental positivo

Criado nos Estados Unidos em 1970, o Dia da Terra surgiu com o intuito de conscientizar e abrir o diálogo sobre a preservação do planeta. A indústria da moda é uma das mais poluentes do mundo e, por conta disso, algumas marcas desenvolvendo métodos para continuar criando sem gerar tanto lixo e até contribuir para tirar do ambiente o que seria lixo.

Dos tecidos esquecidos pelo tempo e que a partir de um garimpo apurado se tornam peças que carregam poesia e são pura história às técnicas de upcycling mais variadas (que vão do jeans rejeitado pela grande indústria a papel descartado que se transforma em brincos e colares), há um enorme leque de oportunidades.

Existem marcas e criadores que olham para o que produzem de ponta a ponta da cadeia, pensando no planeta e nas pessoas que nele habitam, empenhadas em causar um impacto positivo. Pensando nisso, convidamos Daniela Falcão, do NORDESTESSE, para apresentar marcas nordestinas que mostram o caminho para a sustentabilidade do planeta, confira!

 

CASA OBI – PI

Foto: Reprodução Instagram

Fundada pelo piauiense Sávio Drew, a Obi é uma marca que mostra como a moda regenerativa é altamente desejável, que trabalha basicamente com peças únicas ou em edição limitada. A Obi dá nova vida a camisas de linho e algodão garimpadas em brechós, com lenços bordados em ponto cruz (igualmente reciclados) e doações de enxovais e retalhos. Sua criação é toda feita a partir do que já existe, regenerando o que seria descartado e evitando a produção de resíduos.

 

DEMODÊ – MA

Foto: Reprodução Instagram

A Demodê, marca maranhense especializada em roupas íntimas orgânicas, feitas à mão e com tingimento natural, acredita que não há sustentabilidade sem levar em conta as causas sociais. Maria Zeferina, diretora criativa, reforça que um produto sustentável precisa se preocupar com quem produz e com o ciclo de vida e descarte das peças. As roupas íntimas criadas pela Demodê são biodegradáveis, feitas com algodão orgânico da Paraíba naturalmente tingido.

 

LUCI BOTOWISK – BA

Foto: Reprodução Instagram

Discipula de Fernanda Yamamoto, Luci foi impactada com as forças das pesquisas sobre arquitetura regenerativa que encontrou ao se mudar para a Chapada da Diamantina (BA) e resolveu transmutar esse conceito para a moda. Garimpando tecidos e aviamentos esquecidos (toalhas de mesa, guardanapos, lençóis, panos de prato) que seriam um dia descartados em peças únicas com modelagem delicada e surpreendente, Luci criou sua marca.

 

DUDA BRADLEY – PE

Foto: Reprodução Instagram

Joias minimalistas e lúdicas, feitas da forma mais limpa possível – upcycling de ouro e prata, pedras fora do “padrão”, rejeitadas pela joalheria tradicional. Esse é o mote da marca homônima da pernambucana Duda Bradley, designer que encontra no céu suas principais inspirações, trazendo elementos cósmicos para colares, brincos e pulseiras.

 

ELIS CARDIM – BA

Foto: Reprodução Instagram

A baiana de Ipiaú faz vestidos de crochê com status de alta costura: ao invés de fios de algodão, Elis usa fios de seda, que garantem uma textura mais luxuosa e maior durabilidade. Todo o tingimento é feito com vegetais e o fio de seda é fabricado por casulos que seriam descartados pela exigente indústria de seda nacional. A baiana trabalha com comunidades de crocheteiras, acompanhando de perto o processo de confecção de cada peça.

 

GEORGE AZEVEDO ART – RN

Foto: Reprodução Instagram

A potiguar George Azevedo ganhou fama nacional por trazer o desejo pelo upcycling de uma maneira artística e artesanal. Jaquetas, calças e vestidos jeans reprovados por terem se manchado no processo de tingimento ganham pinceladas feitas pelo próprio George, com temática inspirada na fauna e na flora do Rio Grande do Norte.

 

LU MADRE – PE

Foto: Reprodução Instagram

Papéis usados que foram parar no lixo são separados por catadores e, pelas mãos da pernambucana Luciana Meirelles, são picados e misturados a tintas e impermeabilizantes à base de água para então se transformarem em brincos, colares e pulseiras que parecem de barro, pedra, ouro ou prata, mas são na realidade feitos com a técnica do machê que imprime uma leveza inacreditável em peças de aparência bold.

 

DASÍ – BA

Foto: Reprodução Instagram

Traduzindo o estilo sem pressa da Bahia em uma moda artística e consciente, a Dasí é uma marca slow fashion, agênero que pauta um guarda-roupa mais inteligente com as suas peças atemporais. Aplicações de bordados e rendas, utilização de resíduos têxteis como retalhos e restos de linhas e modelagens mais fora corpo completam o DNA da etiqueta, sem jamais deixar o design de lado.

 

REFAZENDA – PE

Foto: Reprodução Instagram

Fundada há 32 anos no Recife, a Refazenda é pioneira na moda regenerativa, muito antes de a temática se tornar urgente. Com o lema “somos um propósito que por acaso virou um negócio”, a marca faz um guarda-roupa completo com restos de tecido e praticamente sem gerar resíduos. Por suas iniciativas de impacto social e ambiental positivo, a Refazenda acumulou vários prêmios e tem o Selo B, o principal indicador de que a marca cuida das pessoas e do planeta.

Sair da versão mobile