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Atacama
Foto: Reprodução/Pixabay

O Deserto do Atacama, no norte do Chile virou aterro têxtil. De grande interesse turístico, o local se transformou em espaço ao ar livre para depósito de roupas compradas e vestidas nos Estados Unidos, Europa e Ásia. Com o consumo de roupa desenfreado, em grande parte causado pelo fast fashion (moda rápida), cerca de 59 mil toneladas entram por ano na zona franca do porto de Iquique, a 1,8 mil quilômetros de Santiago.

Na paisagem desértica há todo tipo de lixo, como roupas, bolsas e sapatos nunca usados, ainda com a etiqueta de diversas marcas internacionalmente conhecidas. Mostrando assim que há mais produção do que consumo. Ironicamente, botas de chuva ou esqui se destacam em uma das áreas mais secas de todo mundo.

O jornalista Jason Mayne visitou o local recentemente e relatou como a indústria da moda é a segunda mais poluente do mundo. Segundo ele, a Ecofibra Chile, empresa pioneira em construção sustentável, denuncia o descarte no deserto há algum tempo e para ajudar a solucionar o problema, a empresa transforma os têxteis em placas isolantes para residências e evita que acabem no aterro.

De acordo com o repórter, o país criou uma lei que repassa a responsabilidade do conteúdo ao produtor. O projeto, ainda está em implementação, mas não inclui as empresas têxteis (embora esteja em avaliação). Segundo um estudo da ONU feito em 2019, a produção de roupas no mundo dobrou entre 2000 e 2014, o que mostra que se trata de uma indústria “responsável por 20% do total de desperdício de água globalmente”, já que a fabricação de têxteis consome milhares de litros de água.

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