Após trabalhos com Marisa Monte e Anitta, Renata Correa se estabelece como a rainha dos figurinos

Marisa Monte . Foto: Leo Aversa

Um show não se faz apenas de música e carisma. Há uma rede complexa por detrás de uma apresentação para garantir o seu sucesso. O espaço, o clima, a qualidade do som, uma direção de luz encantadora…  Muitas  vezes,  esses  detalhes  passam  despercebidos pelo público, apesar do impacto no inconsciente. Porém, o que todos notam e  tem  enorme  poder  simbólico  e  estético  é  o  figurino.

No palco ou nos clipes, a moda conta uma história junto com a música. Garantir que a mensagem correta seja transmitida é a função  da  figurinista  mineira  Renata  Correa.  “A  roupa  tem  que  causar  impacto  e  transmitir  a  história. A pesquisa de referências é intensa e, geralmente, eu preciso desenhar e confeccionar algumas peças específicas”, explica Renata. “É  um  processo trabalhoso, porém muito  gratificante, ver um grande artista dando vida ao que começou no papel.”

Divulgação

Sua  expertise  na  área  já  a  levou  a  trabalhar  com  personalidades  como  Anitta,  em  “Bang”,  e,  mais  recentemente,  na  incensada  turnê Portas, de Marisa  Monte.  Desde  2011,  a cantora carioca não lançava um álbum inédito e a promessa de apresentações por todo o país e no exterior deixou os fãs em polvorosa. Apesar do adiamento de alguns shows, em  decorrência  da  pandemia  da  Covid-19,  o  preparo  da  turnê  foi  bem  corrido. 

“Teve que ser rápido. Fui chamada pelo Giovanni Bianco, que faz a consultoria de  imagem  do  espetáculo,  e  ele  e  a  Marisa  já  tinham  algumas  referências”,  conta  a  stylist.  A  cantora,  conhecida pelas apresentações ricas em detalhes, deu indicações sobre o que gostaria de vestir.

“Uma das inspirações trazidas por ela era uma foto antiga, de uma artista que usava um espelho na testa. Ela também tinha vontade  de  combinar  camadas  de  roupas.  Com  as  referências  e  pesquisas,  eu  e  o  Giovanni  entendemos   quais   matérias-primas   e   fornecedores  poderiam  nos  entregar  o  melhor  resultado”, diz. Para o cronograma apertado dar certo, Renata começou a recolher as primeiras peças prontas em janeiro. “O trabalho com pessoas que confio foi fundamental.”

“É  um  processo trabalhoso, porém muito  gratificante, ver um grande artista dando vida ao que começou no papel”

As roupas usadas por Marisa foram assinadas  por  André  Betio,  Vitor  Zerbinato,  Walério Araújo e Dolce & Gabbana. Todos os sapatos são de Alexandre Birman e os acessórios feitos  à  mão  por  Caio  Vinícius. 

“A  cereja  do  bolo  veio  quando  o  Giovanni  sugeriu  o  Walério Araújo para fazer a enorme coroa que a Marisa  usa  e  que  se  destaca”,  pontua  Renata.  Segundo  ela,  trabalhar  com  Marisa  é  um  presente.  “É  uma  artista  segura,  que  sabe  o  que quer e tem um processo muito respeitoso  com  todos  os  colaboradores.  Foi  um  dos  ambientes  mais  saudáveis  e  criativos  que  já  trabalhei.  O  resultado  é  verdadeiro  e  potente”,  comenta  a  figurinista. 

Marisa  deixou  Renata Correa transparecer esse clima em uma postagem no Instagram:  “Quem  vê  o  show  não  imagina  o  esforço  coletivo  que  existe  por  trás  de  cada  detalhe.  O  figurino  é  uma  soma  de  talentos  e habilidades que envolve criadores das mais diversas  áreas:  designers,  estilistas,  aderecistas,  sapateiros,  costureiros,  bordadeiros,  modelistas, assistentes, produtores, artesãos, dentre outros”.

Com essa parceria vitoriosa, a turnê Portas segue pelo Brasil em abril, depois de    uma temporada nos Estados Unidos. Mas vale também ficar de olho nas  próximas peripécias de Renata, que promete abrilhantar muitos outros trabalhos.  

Reportagem: Baárbara Martinez 

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