Um dos tecidos mais queridinhos, o algodão anda passando por diversas mudanças em seu plantio e consequentemente no consumo. A fibra natural, que era sinônimo de amiga do meio ambiente, passou a ser um pesadelo para o mercado e a natureza. Segundo uma reportagem do “The New York Times”, as ecobags, que se tornaram uma alternativa mais sustentável para as sacolas plásticas, estão sendo produzidos excessivamente. Desta forma, estão prejudicando mais o ecossistema ao invés de ajudá-lo.
A importância do uso correto
O jornal norte-americano apontou que a produção da bolsa demanda uma série de recursos naturais. O processo de fabricação do algodão, por exemplo, necessita de uma grande quantidade de água. A notícia publicada pelo veículo se baseia em um estudo feito em 2018, na Dinamarca, que concluiu que para uma bolsa de tecido superar os impactos precisaria ser usada, pelo menos, 20 mil vezes. Resumindo, o problema em questão não está na peça em si, mas na sua produção desenfreada, o que vai contra sua finalidade ecológica.
Mercado fechado
Já no âmbito econômico, o tecido do algodão aumentou 47% em um ano. Isso porque, como esperado, a Índia, China e Estados Unidos serão os principais fornecedores globais, acumulando sozinhos 60% da quantidade esperada. Com isso, as importações ocorrem em grande escala, aumentando o valor da fibra. Pela segunda safra consecutiva, a demanda vai superar a produção, o que teoricamente, reduzirá os estoques mundiais para 87,2 milhões de fardos, 5% a menos em um ano e, sobretudo, o menor nível dos últimos três anos.
Na China
O país possui o maior estoque de algodão do mundo e continua se fortalecendo, de acordo com a China Cotton Association. Durante a temporada 2020-2021, as importações de algodão devem crescer 75% e chegar a 2,8 milhões de toneladas, diz a organização. Uma situação acompanhada de perto pela indústria fashion, já que esses quesitos reforçam o uso dos tecidos sintéticos para suprir o valor e falta do algodão.