A Adidas entrou em 2023 com um problema enorme que pode ser resumido em uma única cifra: US$ 1,3 bilhão (R$ 6,7 bilhões) em sneakers Yeezy que fabricou no ano passado e que continuam em seu estoque, já que não conseguiu vender os outrora tênis mais cobiçados do mundo por causa das declarações antissemitas que seu criador, Kanye West, fez desde outubro passado.
Só para se ter uma ideia do tamanho do rombo, no último trimestre de 2022 a gigante alemã dos produtos esportivos contabilzou em seu balanço do período um prejuízo de US$ 540 milhões (R$ 2,8 bilhões) causado pelos Yeezys empacados e poderá registrar outro de US$ 527,5 milhões (R$ 2,7 bilhões) no fechamento de seu próximo ano fiscal pelo mesmo motivo.
É normal que produtos de alta demanda sejam produzidos para que sobrem ao invés do contrário, sendo que a quantidade extra costuma ser repassada mais tarde por seus fabricantes para outlets e afins, inclusive com lucro. Mas, o problema nesse caso é que ninguém mais quer saber de comprar um item cuja marca está diretamente ligada ao seu criador, que foi de gênio à pária quando se envolveu em sua última – e maior de todas até aqui – polêmica.
No fim das contas o maior perdedor de toda história foi mesmo West, que viu sua fortuna estimada em US$ 2 bilhões (R$ 10,3 bilhões) cair para os atuais US$ 400 milhões (R$ 2,1 bilhões), resultantes de seus lucros acumulados em vida como compositor e cantor de hip hop e não como designer de moda.
E, o pior é que West continua achando que não disse e fez nada de mais, conforme tem sido publicado na imprensa americana, que já taxou como improvável um possível renascimento das cinzas do rapper que sempre causou, mas até então ainda não tinha passado dos limites.