Um papo “paz e amor” com Carla Salle, que chega em “Onde Nascem os Fortes” para causar

Carla Salle || Créditos: João Arraes

Carla Salle é pura poesia, por isso uma temporada no sertão da Paraíba para gravar “Onde Nascem os Fortes”, supersérie da Globo que estreou nessa segunda-feira, foi “incrível”, como a mesma descreve ao Glamurama. Na trama, Carla interpreta Valquíria, uma moça perseguida por memórias do passado, que convive com um certo descontrole e se envolve com Hermano, personagem de Gabriel Leone, seu namorado na vida real. Valquíria fara de tudo pra atrapalhar o romance de Hermano com Maria (Alice Wegmann).

Carioca, 26 anos, foi revelada pela Globo em 2017 na supersérie “Os Dias Eram Assim”. No mesmo ano participou de “Motorrad”, longa de Vicente Amorim exibido no Festival de Cinema de Toronto, que estreou em circuito nacional em março. Em seu debut no cinema, Carla ‘interpretou uma motoqueira misteriosa que é caçada por assassinos. Paralelamente a tudo isso, ela ainda é feminista declarada e, vira e mexe, usa suas redes sociais para debater temas que julga revelantes. Abaixo, o papo de Glamurama com essa atriz que ainda vai dar muito o que falar.

Carla Salle e Gabriel Leone flagrados durante as gravações de “Onde Nascem os Fortes” por Fabio Assunção || Créditos: Reprodução Instagram

Glamurama: Como foi a temporada no sertão da Paraíba para gravar “Onde Nascem os Fortes”?
Carla Salle:
“No sertão se vive uma realidade despojada de tudo, mantendo apenas a única coisa realmente indispensável, a essência. Lá não há nada além do estritamente necessário. E tem muita beleza e força nisso. É um lugar transformador. Esse mês choveu depois de 6 anos de seca e foi muito lindo vivenciar esse momento com os moradores de lá. Já me sinto parte daquele lugar e vou carregar pra sempre eles comigo.”

Glamurama: Valquíria, sua personagem na supersérie, é perseguida por um passado que a perturba. O que podemos esperar dela?
Carla Salle: “O amor e a passividade são coisas que não vão caminhar juntos na vida da Valquíria. Ela vive o amor de forma deturpada. Está sempre em desequilíbrio e a graça é nunca saber qual vai ser o próximo passo dela.”

Glamurama: Compare a sua personalidade com a de sua personagem.
Carla Salle: “Me identifico com a forma apaixonada com que ela vai atrás do que quer. Ela é uma mulher ativa e isso a gente tem em comum. Mas não reconhece limites, ultrapassa os dela e os dos outros.”

Glamurama: Conte alguma curiosidade de bastidores da série. Deve ser diferente ficar isolada em um lugar longe de tudo com um grupo de pessoas. Vira família, né?
Carla Salle: “Ficamos desconectados do mundo e conectados só com o que existe ali, que são as relações humanas, a relação com a natureza, com a solidão até. Criamos laços muito fortes, elenco, equipe, direção, viramos um só. Foi incrível.”

Glamurama: Como foi contracenar com seu namorado, o ator Gabriel Leone?
Carla Salle: “Gabriel [Leone] é um grande parceiro, esse período no sertão foi transformador, nos alimentou muito como artistas e isso tá em cena, tá na vida.”

Gabriel Leone entre Carla Salle e Alice Wegmann, triângulo amoroso de “Onde Nascem os Fortes” || Créditos: Divulgação

Glamurama: Em que você acha que se diferencia da nova geração de atrizes da qual faz parte?
Carle Salle: “Sinto muito orgulho de fazer parte, estar rodeada por uma geração de mulheres, artistas tão potentes. Todas elas me atravessam, me transformam, me inspiram. A diferença está acontecendo e todas nós fazemos parte dela.”

Glamurama: Quem te inspira profissionalmente? Por quê?
Carla Salle: “Nossa, tantas mulheres que vem fazendo a diferença, usando suas vidas, seu lugar no mundo, na arte, na política, como instrumento transformador, de ‘fazer pensar’. Alimentando um movimento de mudança. Atrizes, diretoras, escritoras, políticas.. Maeve Jinkings, Antonia Pellegrino, Carolina Jabor, Laís Bodanzky, Marcia Tiburi, Marielle Franco.. tantas tantas.”

Glamurama: Você acredita que os artistas brasileiros devem se engajar mais em relação aos acontecimentos na política, sociais, etc?
Carla Salle: “Acho interessante, pra todos, uma sociedade consciente e politizada. Mas ninguém é obrigado a nada. Vivemos em estado de democracia ou pelo menos é o que almejamos. Cada um se coloca quando, como e se quiser. Eu sempre fui de reivindicar os meus direitos, como mulher, como trabalhadora, como artista, em casa, na política e me sinto à vontade pra compartilhar meus pensamentos, dividir, trocar, questionar e ser questionada. Acho o diálogo tão saudável (pelo menos deveria ser).” (Por Julia Moura)

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