Sonia Braga, que nunca parou de brilhar mesmo quando se permite ficar um tempo longe dos holofotes, está de volta na mídia comme il faut com o lançamento do filme “Aquarius” – produção brasileira de Kleber Mendonça Filho que concorre à Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes, que chega ao fim neste domingo. E foi em meio à efervescência cultural que vive o elenco do filme lá, que Glamurama entrevistou Sônia. Pedimos a ela que nos desse uma visão geral dos tempos de “O Beijo da Mulher Aranha” (1985), longa de Hector Babenco que participou do Festival de Cannes de 1986, e “Aquarius”, com um hiato de exatos 30 anos entre as produções.
“A ausência de Raul Julia sempre será uma marca em Cannes para mim. As lembranças sempre serão as melhores. Quando viemos com ‘O Beijo da Mulher Aranha’, em 1985, trabalhei muito na promoção, mas o foco do filme era nos personagens centrais da história, representados por William Hurt e Raul Julia. No caso de ‘Aquarius’, Clara, a minha personagem, muito querida, é o centro das atenções. Me sinto orgulhosa como mulher, atriz e brasileira, de ter participado desta produção. Kleber é um diretor fantástico e especial, uma pessoa sempre gentil com todo o elenco e equipe. Foi incrível poder participar da realização desse filme. Acho que foi o primeiro que fiz onde não existe a separação entre equipe e elenco. Vi o filme pela primeira vez aqui em Cannes. Fomos juntos naquele imenso tapete vermelho. Kleber me deu a felicidade de fazer um filme no Brasil, no Recife, onde conheci pessoas e encontrei novos amigos. O considero um dos melhores diretores com quem trabalhei.”
E mais: “Ontem [sábado] fomos jantar juntos, pela segunda vez. Saí com Emilie Lesclaux e Kleber, e encontrei Winston e a atriz Barbara Colen, que faz a personagem Clara jovem. Depois do jantar saí andando pela Croisette, sozinha. Pensando em tudo isso que está acontecendo, relembrando as outras vezes que estive em Cannes.” (Por Joyce Pascowitch)