Quando anunciou sua candidatura à presidência dos Estados Unidos, em junho de 2015, Donald Trump parecia o excêntrico de sempre, disposto a fazer qualquer coisa para manter seu nome em evidência. A pouco menos de cinco meses das eleições, no entanto, o bilionário celebridade sagrou-se como um dos principais nomes da disputa, e com chances reais de se tornar o próximo presidente dos Estados Unidos.
Embora Hillary Clinton esteja na frente nas pesquisas de opinião, o fato é que ninguém imaginava que Trump fosse chegar tão longe em sua corrida pela Casa Branca. Como esta não é a primeira vez que Trump se propõe a fazer algo grandioso, e sendo esta terça-feira o dia em que ele celebra 70 anos de vida, Glamurama selecionou quatro apostas do bilionário que deram muito certo, e outras quatro que tiveram resultados bem menos grandiosos. (Por Anderson Antunes)
Confira:
Deu errado…
Trump já fez participações especiais em vários filmes e séries de televisão, a mais famosa em 1992, em “Esqueceram de Mim 2”. Antes disso, em 1990, ele fez uma ponta na comédia romântica “Os Fantasmas Não Transam” que, de tão ruim, lhe rendeu o troféu de pior ator coadjuvante na edição de 1991 do Framboesa de Ouro, que “premia” os piores filmes de cada ano desde 1981.
Deu certo…
Em 1974, diante da decadência do então Commodore Hotel, localizado em um dos pontos mais movimentados de Manhattan, Trump decidiu comprar o estabelecimento e logo encomendou uma reforma gigantesca, que durou seis anos. Em 1980, o hotel foi reinaugurado, desta vez como Grand Hyatt Hotel. Com sua fachada de vidro espelhado que reflete as construções vizinhas, como a estação de trem Grand Central, o hotel de 34 andares e 1311 apartamentos é até hoje um dos mais procurados pelos turistas e homens de negócios que visitam Nova York.
Deu errado…
Em 2006, no auge do sucesso do reality show “The Apprentice”, lançado dois anos antes, Trump se aventurou em um território totalmente desconhecido: apesar de jurar de pés juntos que nunca bebeu sequer uma gota de álcool, ele lançou naquele ano uma marca de vodka, a Trump Vodka. Com o slogan “sucesso destilado”, a bebida foi uma grande aposta do bilionário, que prometia transformá-la no drink número um dos Estados Unidos. A marca, no entanto, foi extinta em 2011, por pura falta de interesse dos consumidores.
Deu certo…
Por falar no “The Apprentice”, o reality-show de 2004 foi o responsável por apresentar ao grande público a imagem de um novo Trump, empresário que agora fazia sucesso também fora do mercado imobiliário, seu habitat natural. O programa foi um hit imediato e ganhou versões em vários países ao longo dos anos, inclusive no Brasil. Quando renovou o contrato com a rede NBC, que exibia a atração, Trump pediu e conseguiu um salário de US$ 1 milhão (R$ 3,49 milhões) por episódio, o mesmo embolsado pelo cast de Friends, a série de maior sucesso da época.
Deu errado…
Em 1989, Trump lançou seu próprio jogo de tabuleiro, o Trump: The Game. O sonho dele era ter algo tão grande quanto o famoso Monopoly, no qual o jogo foi inspirado, mas não foi bem isso que aconteceu. Apesar de uma campanha multimilionária de marketing para promover o produto, com direito a participação de Trump nos principais programas da televisão americano, The Game foi extinto pouco mais de um ano após chegar nas prateleiras. Em 2004 ele tentou relançar o jogo, mas mais uma vez o público não se interessou.
Deu certo…
A famosa pista de patinação Wollman Rink, de Nova York, se tornou um dos maiores problemas da administração de Ed Koch, prefeito da cidade entre 1978 e 1989. Depois de ficar fechada por mais de dois anos no início dos anos 1980, Trump procurou Koch em 1986 e propôs a ele um plano de reforma para o espaço público que custaria US$ 3 milhões (R$ 10,5 milhões), bem menos do que os valores cobrados por outras empresas. O bilionário não somente foi bem submetido na tarefa como ainda gastou US$ 750 mil (R$ 2,6 milhões) a menos do que o valor inicialmente previsto. A pista, também conhecida como Trump Rink, hoje recebe 5 milhões de visitantes por ano e ainda é administrada por um consórcio do qual Trump faz parte.
Deu errado…
O plano parecia perfeito. Em 1988, Trump comprou a combalida companhia aérea americana Eastern Air Shuttle por US$ 365 milhões (R$ 1,27 bilhão) e a rebatizou como Trump Airlines. A ideia do bilionário era criar uma companhia voltada exclusivamente aos mais ricos, com serviços de bordo da melhor qualidade. Seus aviões eram decorados com madeira envernizada e muitos detalhes em dourado, no melhor estilo Trump. Só faltou combinar com os passageiros, que consideram os preços da empresa muito caros em relação aos praticados pela concorrência. Sem dar lucro, a Trump Airlines forçou a bilionário a entrar em débito e eventualmente foi tomada por credores, e extinta em 1992. Foi por causa da Trump Airlines que Trump quebrou duas vezes, em 1991 e 1992.
Deu certo…
O endereço que colocou Donald Trump no mapa, literalmente, foi a Trump Tower, localizada no número 725 da Quinta Avenida, em Nova York. Trump iniciou a construção do empreendimento em 1980. As obras duraram três anos, e hoje o endereço é um dos mais famosos e caros de Nova York, com apartamentos que custam entre US$ 3 milhões (R$ 10,5 milhões) e US$ 30 milhões (R$ 104,6 milhões), além de ser parada obrigatória para os turistas que visitam a cidade. Seu espaço comercial inclui grifes famosas, como a Gucci. O prédio, cujo valor de mercado é estimado em US$ 460 milhões (R$ 1,6 bilhão), também serve de residência para Trump, morador de uma cobertura no 66o. andar decorada com muito mármore italiano e até ouro de 24 quilates. E ele ainda quer ser mudar para Washington!