Sabia que nessa sexta-feira é comemorado o Dia Mundial do Orgasmo? Criada informalmente por redes de sex shops da Inglaterra, depois que pesquisas realizadas com o público revelaram que 80% das mulheres inglesas não atingem o clímax durante o sexo, a data ganhou força em diferentes países já que essa é uma questão se repete mundo afora. Para falar do assunto, convocamos a ginecologista, sexóloga, feminista e ex-BBB Marcela McGowan. “Não me considero expert, mas são temas que gosto muito de estudar”, revela ela, que participará de uma live no canal do Youtube do GNT, às 22h, ao lado de outras mulheres poderosas como Deborah Secco, Nanda Costa, Karol Conká, Gaby Amarantos, Mariana Xavier e Magá Moura.
Ao papo, sem tabus, com Marcela:
Glamurama: Você é expert em assuntos sexuais e temáticas feministas, como isso passou a fazer parte da sua vida?
Marcela McGowan: Não me considero expert, mas são dois temas que gosto muito de estudar! Eles entraram na minha vida nos últimos 3 anos. Vieram de observar minha profissão, de perceber as queixas das mulheres, quantas opressões nos rodeiam, como era difícil falar de sexualidade abertamente, como era difícil defender direitos das mulheres. Minha pessoal começou a mudar junto, na medida em que eu ia estudando e compreendendo tudo isso. Considero uma caminhada, cada dia aprendo mais!
G: Você dá cursos sobre o tema. Qual a maior queixa das mulheres que participam de seus cursos e de suas pacientes?
MM: A maior queixa das mulheres em relação a sexualidade é a dificuldade de orgasmo e da manutenção do prazer em relações longas. Existem muitas dúvidas, a maioria tem a ver com o desconhecimento do próprio corpo, dos próprios ciclos, da masturbação…
G: Qual o caminho para encontrar o prazer sexual?
MM: Se conhecer, aprender como é o prazer pra você! Depois levar isso para o sexo, esquecer a ‘performance’ do pornô e focar nas sensações do sexo, em estar presente, curtindo e se permitindo.
G: Como é sua relação com o orgasmo? Você, assim como tantas mulheres, já teve alguma dificuldade em alcançá-lo?
MM: Demorei para descobrir o orgasmo e minha primeira vez foi sozinha! A partir daí eu fui me explorando mais, mostrando para as parcerias como eu gostava. Mas é normal que às vezes seja mais difícil. O estresse, cansaço e até os hormônios podem atrapalhar. Quando isso acontece, tento relaxar e curtir o sexo ou a masturbação sem ficar focada só no orgasmo.
G: Você se assumiu bissexual. De que forma ser bissexual interfere no prazer e nas relações de modo geral?
MM: Posso falar pela minha experiência: entender o sexo sem ter a penetração como evento principal mudou minha relação com o prazer e o entendimento de que o que chamamos de “preliminares” também é sexo e merece tempo e dedicação! E ainda tem a liberdade de gênero, que não é um peso na minha escolha e me faz olhar pessoas além dessas caixinhas, me apaixonar por personalidade, conversas, energia.
G: O empoderamento feminino é imprescindível para se chegar ao orgasmo, e vice-versa?
MM: Sim, o empoderamento tem que passar pelo prazer e sexualidade feminina, e vice-versa. Não dá pra ter prazer sem entender o porque pra nós é tão difícil, quais as nossas opressões. Por outro lado, não dá pra discutir empoderamento sem falar em liberdade sexual, consentimento, autonomia do corpo e prazer.