Anitta e Lexa que nada, a atual musa do funk é a carioca MC Rebecca, que em um ano e meio de carreira já troca inbox com Cardi B e Snoop Dogg. Tá bom? Aos 21 anos, é mãe de Morena, 2, dá “surra de bumbum” e já assumiu que gosta de meninos e meninas. Ela, que surgiu como passista da Salgueiro, é só ladeira acima com números e conquistas, como a primeira brasileira negra a entrar no Top 100 mundial do Spotify com a participação na música “Combatchy”. Quer mais?
Por Fernanda Grilo para revista J.P
J.P: Você está sempre pronta pro “Combatchy”?
MC REBECCA: Comigo não tem tempo ruim!
J.P: Momento mais brilhante?
R: Agora. É demais tudo o que vem acontecendo comigo. O Carnaval foi o auge, participei de grandes blocos que admiro e desfilei pela minha escola do coração, a Salgueiro.
J.P: Ser mulher, negra e bem-sucedida no Brasil é…
R: Raro. Por isso, valorizo cada trabalho que faço. Só eu sei tudo que precisei superar para chegar onde estou.
J.P: Sonho de criança?
R: Tive uma infância humilde. Estou construindo uma carreira sólida, tenho minha filha e estou com saúde, estou vivendo esse sonho.
J.P: Fato recente que nunca imaginou?
R: Cantar com a Anitta, ser amiga da Valesca Popozuda, que sempre admirei, conversar com artistas internacionais, o que também é surpreendente (Cardi B e Snoop Dogg). Não imaginei que fosse acontecer tanta coisa em um ano e meio.
J.P: Feats dos sonhos?
R: Vários! Normani, Rihanna, Beyoncé e Elza Soares.
J.P: Como se sentiu quando pediram a primeira selfie?
R: A primeira que me marcou foi quando ainda era passista da Salgueiro. Fiquei emocionada.
J.P: Falar a verdade é…
R: Necessário! Mentira só leva a decepção e desgaste lá na frente.
J.P: Quando você mente?
R: Evito ao máximo. Não gosto!
J.P: O que uma mulher faz que um homem não faz nem a pau?
R: Nem a pau que o homem consegue se manter são em meio a essa vida de abusos e desafios que nós mulheres vivemos. Cólicas, gestação, cuidar da casa, da família, do trabalho… É muita coisa! Será que eles conseguiriam passar um dia na nossa pele?
J.P: O que não sai da sua cabeça?
R: Minha filha, a Morena.
J.P: Quem te inspira?
R: A Morena e mulheres fortes, como Djamila Ribeiro.
J.P: Mania?
R: Unhas feitas.
J.P: Talento seu que ninguém conhece?
R: Sei cozinhar. Não sou chef de cozinha, mas me viro bem.
J.P: Onde quer chegar como artista?
R: Um passo de cada vez. Tenho muitos caminhos a seguir e estou disposta a trilhar vários deles para conseguir o melhor de mim. Mas penso em lançar um álbum este ano.
J.P: Momento de mau humor?
R: Muitas horas sem dormir.
J.P: Uma frase?
R: “Você faz as suas escolhas e as suas escolhas fazem você”, da escritora Gayle Forman.
J.P: Do que sente saudade?
R: Do meu avô.
J.P: A eternidade existe?
R: Pode não existir de forma material, mas espiritual e na lembrança. Existem pessoas que ficam para sempre na memória como alguém que mudou a história ou que luta pela melhoria de algo.
J.P: O Brasil está chato?
R: Está! Por isso amo meu trabalho. Canto e danço para levar minha alegria para as pessoas.
J.P: Comida que faz quebrar a dieta?
R: Chocolate, com certeza!
J.P: Como gostaria de morrer?
R: Morte? Não penso nisso, pois essa é a única coisa na vida que não quero planejar (risos).
J.P: Se pudesse mudar alguma coisa em você o que seria?
R: Gosto bastante de quem eu estou me tornando.